Justiça

Professor de Moral vai a julgamento por 87 casos de abuso sexual de menores em Famalicão

Um juiz de instrução criminal do Tribunal de Guimarães decidiu levar a julgamento um professor, de 53 anos, de Educação Moral e Religião Católica da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, por 87 crimes de abuso sexual de menores, sendo as vítimas 15 alunas.

Segundo a acusação, os crimes terão sido cometidos essencialmente durante os ensaios da companhia de teatro “O Andaime”, que o arguido criou naquela escola e de que era encenador.

A acusação diz que os ensaios eram sempre iniciados “com uma fase de aquecimento, durante a qual as portas se mantinham fechadas, as luzes apagadas e os estores da sala corridos, com música a tocar, e compreendiam a realização de exercícios de contracena, durante os quais os alunos fechavam os olhos e seguiam as instruções do arguido, com o objectivo de criar um estado de relaxamento e desinibição psicológica e corporal”.

A partir de 2014, o arguido, “por razões que se prendem com a própria satisfação sexual e aproveitando o facto de ser o único responsável pela companhia, passou a participar dos exercícios de contracena, criando uma maior intimidade e aproximação corporal com as alunas do sexo feminino, de modo a facilitar a manutenção, com as mesmas, de contactos de natureza sexual”.

Segundo o Ministério Público, o arguido “verbalizava de forma frequente às alunas que o contacto físico exigido nos exercícios de contracena era necessário para a desejada evolução como actrizes e, ainda, que tal método não seria compreendido por membros exteriores à companhia, assim as incentivando a não revelar os acontecimentos que tivessem lugar no decurso dos ensaios”.

Ainda segundo a acusação, o arguido, no decurso de uma aula de Educação Moral e Religião Católica, mandou os alunos deitarem-se alegadamente para “efectuarem exercícios de respiração” e, com as luzes apagadas, terá acariciado uma aluna.

Licenciado em Ciências Religiosas, o arguido vai responder por 87 crimes de abuso sexual de menores dependentes, que tinham entre 14 e 17 anos.


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