Pensionistas em Portugal perdem poder de compra há dois anos consecutivos

O pensionista médio português está a perder poder de compra desde 2021, segundo dados revelados esta quarta-feira pela CNN Portugal.

A estação televisiva fez as contas e frisa que apesar do aumento de 10,5% nos últimos dois anos na pensão média (de 509 para 563 euros), a inflação para o mesmo período está estimada em 13,35%. Dessa forma, a meia pensão extraordinária, uma das medidas do Governo, e paga no final de 2022, assim como os dois aumentos de pensões em 2023 somados, são insuficientes para evitar a perda de poder de compra dos pensionistas em Portugal.

Por exemplo, um reformado-tipo recebeu, em 2021, um total de 7.126 euros anuais (509 euros pagos 14 vezes). Em 2022, o mesmo reformado teve um aumento de 10 euros (1,96%), ao qual se somou a meia pensão extraordinária. Assim, no final do ano, o pensionista recebeu 7.525 euros (5,61%).

Em 2023, o reformado em questão recebe dois valores mensais diferentes entre o primeiro e o segundo semestre. O primeiro aumento proposto pelo Governo foi de 4,83%, o que perfaz uma reforma de 544 euros. A partir de Julho, entra em vigor um segundo aumento, já anunciado pelo Governo, de 3,57%. Assim, no final do ano, o reformado passa a receber 563 euros.

Nestes dois anos em análise, um reformado com uma pensão média de 509 euros em 2021 precisaria de receber, hoje, 577 euros por mês para ter o mesmo poder de compra – uma diferença de 14 euros mensais. E teria de receber no total deste ano 8.077 euros: assim, está a perder 331 euros de poder de compra este ano face a 2021.

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