Síria | Voluntários de santuário de gatos resgatam dezenas de animais após terramoto (C/ vídeo)
É uma luta diária que se vive na Síria e na Turquia depois dos dois terramotos da passada segunda-feira, quer no resgate do máximo possível de vítimas, quer na sobrevivência diária de quem viu os seus lares desfeitos e tem de enfrentar temperaturas baixíssimas.
Mas tal como em todas as catástrofes, também os animais sofrem, e alguns grupos de veterinários e voluntários disponibilizaram-se para ajudar estes quer no resgate, quer nos tratamentos.
No caso de Portugal, o grupo IRA – Intervenção e Resgate Animal está prestes a chegar à Turquia, para onde viaja com duas viaturas e oito operacionais, sendo um deles canino treinado para busca e salvamento de pessoas.
Na Síria, veterinários e voluntários da ONG Santuário Ernesto para Gatos têm resgatado cães, gatos, cabras e galinhas de debaixo dos escombros, mas também de locais que sofreram enchentes após o terramoto, e com poucas ferramentas trabalham principalmente com as próprias mãos.
A fundadora de Ernesto, Alessandra Abidin, disse à BBC que o seu grupo era o único no noroeste da Síria focado em encontrar animais, uma vez que outros grupos como a Defesa Civil Síria, também conhecida como Capacetes Brancos, estão concentrados no resgate de humanos nos escombros antes de encerrar as missões de recuperação no sábado.
Os voluntários deste grupo têm resgatado dezenas de animais, além de manterem uma clínica veterinária em funcionamento para receber os tutores com animais feridos ou em estado de choque.
«As pessoas começaram a trazer os seus próprios animais de estimação para cuidados pós – terremotos. Falta de apetite, patas quebradas, agitação, diarreia e olhos ardentes são as principais causas que vemos» refere o grupo nas redes sociais.
Cerca de 35 gatos já foram encontrados e levados para o santuário da ONG na cidade de Idlib, com cada um dos voluntários e veterinários a viajar dezenas de quilómetros para encontrar animais em fazendas e afetados pelas enchentes.
Abidin fundou a Ernesto’s em 2016, no auge da guerra civil em Aleppo, quando por todo o país, os animais foram deixados para trás pelos milhões que fugiram de suas casas ou pelas centenas de milhares que foram mortos no conflito.
Batizado com o nome do falecido gato do fundador, o santuário era o único lugar no noroeste da Síria dedicado a cuidar de animais. O que começou com 20 gatos aumentou para mais de 180 um ano depois.
Mas também o santuário teve as suas baixas com o terramoto, uma história que contam no seu perfil de Facebook, da gatinha Beryl, que fugiu e se recusou a voltar, tendo passado noites ao relento, o que lhe terá causado a morte por pneumonia.
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