GNR interveio em alegada situação de maus-tratos a animais de companhia em canil
Cães subnutridos e um em estado de putrefação foram encontrados neste canil em Gouveia
Militares do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Gouveia, detiveram hoje, 2 de setembro, uma mulher de 38 anos, pelo crime de maus-tratos a animais de companhia, no concelho de Gouveia.
No decorrer de uma ação de fiscalização realizada ontem, dia 1 de setembro, a um alojamento de cães sem fins lucrativos, foi possível verificar as desadequadas condições em que os animais eram mantidos, situação reincidente, considerando que o local já havia sido fiscalizado noutras ocasiões pela GNR, dando origem à elaboração de vários autos de contraordenação, assim como a um auto de notícia pelo crime de maus-tratos a animais de companhia.
Perante a situação encontrada, registada em vídeo, foi realizada uma busca ao local, onde se constatou a existência de 23 cães, os quais se apresentavam nitidamente malnutridos, com falta de cuidados veterinários e sem condições higieno-sanitárias, havendo espaços cobertos de dejetos.
Um dos animais encontrava-se já em estado de putrefação. Todos os animais eram detentores de identificação eletrónica, tendo sido apreendidos, ficando à guarda do Veterinário Municipal, que colaborou na ação.
A detida foi presente ao Tribunal Judicial de Gouveia, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de termo de identidade e residência.
Em comentários nas redes sociais, Filipa Santos apresentou a sua versão do caso: «odia dizer que só Deus sabe o quanto tenho lutado para tirar os cães, que já são poucos, do espaço sem condições. Mas não é verdade, a verdade é que TODOS sabem não é só Deus!!! Tenho informado e repetido vezes e vezes sem conta que esse espaço não tem condições para alojamento canino, seja pelos estragos e inundações do mau tempo, por abandono de quem partilhava essa responsabilidade comigo, por falha nos serviços, por falta de dinheiro para as obras. Tantas vezes chorei e desesperei, implorei para ajudarem.
Criei campanhas para construir boxes no cantinho, pedi tantas e tantas vezes fat para os mais doentes e complicados. Pedi e pedi e pedi! Deixei de viver e ando a arrastar me para poder resolver essa situação. Avisei que os cães iam morrer se não saíssem dali.Há quase 3 anos que tento tirar os animais dali daí querer comprar o terreno do Cantinho.
Apesar das dificuldades diminuí de 70 para menos de 20, quase 3 anos sem parar e com mínimas ajudas. Autoridades têm conhecimento disto, sempre lhes abri a porta, expliquei lhes tudo, mostrei lhes tudo e informei mais do que uma vez que o objectivo é tirar os animais dali. Também sabem que estou sozinha com esta responsabilidade.
Toda a gente tem conhecimento disto, dos estragos, das tragédias das tempestades onde pedi socorro e ninguém apareceu, dos objectivos, das dificuldades, do desespero. Achei que ao abrir o meu coração sobre esse problema e tragédia eminente alguém se sensibilizaria. Mas nada mudou.
Surgiram e surgem ajudas sim, em ração, mantimentos, medicamentos mas o fundamental, tirar os cães de lá e construir boxes no Cantinho para estes animais, na maioria doentes ou complicados, nada!
É frustrante e avassalador saber que tentei tudo e não consegui salvar todos e estou longe de conseguir.
Pior! Ter de repente autoridades que se lembraram de me culpar pelos estragos e falta de condições quando têm conhecimento de tudo pois como disse anteriormente sempre foram informados e sempre lhes abri a porta. E como sei disto? Por terceiros!
Nunca recebi uma comunicação pelos meios legais sendo a minha morada e e mail do conhecimento geral e dos próprios andando estes atrás de mim feito baratas tontas quando bastaria uma carta ou e mail.
A última vez que estive presente nas autoridades para resolver uma questão sobre ataque dos meus cães a ovelhas afinal não havia denuncia nenhuma, fui preparada e disponível para resolver o problema, quis pagar as despesas dos animais mortos e em conjunto apanhar o suposto cão dos ataques, um dos nossos complicados que não se deixava tocar, saí das autoridades com medo, fui coagida e intimidada, não me foi permitido falar, bombardearam me com acusações. Nem me foram dados nomes nem informações do sucedido para que pudesse falar e me defender. Conclusão, o cão apareceu morto, envenenado, a gnr foi dar conta da situação mas por ser fim de semana o vet municipal não apareceu para dar seguimento a uma necropsia e eu poder fazer justiça, não, foi um veterinário particular que fez a necrópsia, necrópsia essa que legalmente de nada valeu.
Depois de 3 anos de transparência e reconhecimento da falta de condições lembram se agora de dizer que os cães não têm condições quando o mundo inteiro já o sabe porque EU comuniquei.
Muito bem, se estão preocupados agora levem os animais que não consigo mudar, que estão mal, a mais, levem nos todos!! Com certeza terão melhores condições e tratarão deles melhor. Eu fico por aqui, termino por aqui. Já fiz a minha parte, salvei centenas.
Não sou escrava de ninguém, não tenho de pagar pelos erros dos outros nem sou remunerada por desgaste. Sou jovem, tenho a minha vida pela frente e gasto a a chorar e a trabalhar para os outros.
Para mim chega!!
Amanhã segue uma carta para a Câmara Municipal de Gouveia para que fiquem com os 150 cães e os tratem.
Desculpem se não consegui expressar me melhor, estou nervosa, a chorar, a tremer. Foi o melhor que consegui.»
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