O Bairro de Vale de Chícharos, vulgarmente conhecido como ‘Bairro da Jamaica’, localizado no Fogueteiro, na freguesia de Amora, deixou de existir.
Ao fim de um processo que durou décadas, e que envolveu processos judiciais, providências cautelares e sucessivos adiamentos no realojamento dos moradores, esta quarta-feira, 7 de Fevereiro, ficou completo o processo de demolição dos prédios inacabados.
A última etapa contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva e da Secretária de Estado da Habitação, Fernanda Rodrigues.
O realojamento das 243 famílias, num total de cerca de 800 pessoas, foi iniciado em 2017, no que Paulo Silva considerou ser «um processo exemplar e único no país, em que as famílias foram inseridas na malha urbana do concelho, promovendo a coesão social».
O processo contou com um acordo celebrado entre a Câmara Municipal do Seixal, o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e a Secretaria de Estado para a Habitação, a 22 de dezembro de 2017, com a autarquia a adquirir e reabilitar imóveis para concretizar o realojamento das famílias recenseadas.
No espaço que o Bairro de Vale de Chícharos ocupou, vai nascer um novo espaço verde, com 6826 metros quadrados, que inclui a instalação de um polidesportivo e um parque infantil, além de uma creche.
A Câmara Municipal garante ainda que «a oferta de estacionamento na zona irá ser aumentada, com a criação de uma bolsa de estacionamento, com capacidade para 80 veículos».
O ‘Bairro da Jamaika’ remonta à década de oitenta, quando os prédios, inacabados após a falência da empresa construtora, foram ocupados por várias famílias, provenientes sobretudo dos PALOP.
Conforme nota da autarquia «no recenseamento realizado em 1993, no âmbito do Programa Especial de Realojamento, foram identificados 47 agregados familiares que foram depois realojados, em 2002, no Bairro da Cucena (construído ao abrigo do Plano Especial de Realojamento).
Na sequência deste realojamento, foi demolido o Lote 9 do bairro de Vale de Chícharos. No entanto, novas famílias foram chegando.»
Em 2018 decorreu o realojamento dos primeiros 64 agregados, e em 2023 ficaram realojadas 494 pessoas correspondentes a 171 famílias.
O processo viria a ser interrompido quando foi instaurada uma providência cautelar pelas 23 famílias residentes no Lote 8, que foi contestada pela autarquia, a quem o tribunal deu razão, avançado agora com o realojamento e demolição do último prédio.
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