Santiago do Cacém

Reserva natural das Lagoas de Santo André e da Sancha comemora 23 anos

No próximo dia 22 de agosto, terça-feira, será possível ter uma visita guiada até à Estação Ornitológica Nacional do Monte do Outeirão, como parte das comemorações.

Neste espaço, o Vigilante da Natureza responsável dará a conhecer os trabalhos e estudos sobre a avifauna da RNLSAS realizados na estação. De tarde, pela fresca, propõe-se uma visita guiada à exposição do Centro de Interpretação das Lagoas de Santo André e Sancha, no Centro de Educação Ambiental e Conservação da Natureza no Monte do Paio.

A exposição patente levará o visitante a conhecer a biodiversidade de fauna, flora e ‘habitats’ existentes na área protegida. Para terminar é possível apreciar um belo pôr-do-sol na Lagoa de Santo André, no exterior das instalações do Monte do Paio. ”Venha comemorar e conhecer, um pouco melhor, esta área protegida. As atividades não carecem de inscrição”, apela a organização, a cargo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

É na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha que funciona a estação de anilhagem mais antiga de Portugal, onde se anilham aves selvagens nas migrações de outono desde há 40 anos.

Desde 1977 que na época das migrações de outono se realizam campanhas internacionais de captura e anilhagem de aves no Monte do Outeirão, na Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha. São já 40 anos de campanhas que atraem ornitólogos portugueses e estrangeiros até este local do Litoral Alentejano. Até hoje, a atividade apenas se interrompeu um ano, em 1984.

No total, 123.258 aves, de 173 espécies diferentes, foram capturadas e anilhadas nestas campanhas de agosto a outubro em Santo André, nos últimos 40 anos. A estação é da maior importância, quer pelo contributo que dá na avaliação do fluxo migratório pós-nupcial, quer pela formação de anilhadores”, realça um responsável do CEMPA.

Nas campanhas de outono do ano transato (entre 1 de agosto e 15 de outubro) foram capturadas e anilhadas 2.950 aves, de 78 espécies diferentes. As espécies mais comuns foram o rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaeus), a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica), a felosa-musical (Phylloscopus trochilus) e o rouxinol-bravo (Cettia cetti).

Nas mesmas campanhas, foram ainda recapturadas, neste ano, 1095 aves, que já tinham sido anilhadas no decorrer desta campanha ou anilhadas em anos anteriores. Destas, 12 foram anilhadas em países estrangeiros: 8 na Bélgica, 2 em França, 1 na Alemanha e 1 na Grã-Bretanha.

Mais de 700 pessoas interessadas na atividade já passaram por Santo André nos últimos 40 anos, enquanto anilhadores ou candidatos a obterem uma licença, incluindo em ações de formação. Nos últimos 10 anos ali estiveram, nas campanhas de anilhagem, 348 pessoas, tanto portugueses como de países estrangeiros.

Santo André é a Estação Ornitológica Nacional desde 2007, uma vez que é a principal estação do ICNF, assegurando por isso a formação e avaliação de candidatos a anilhadores. Está em funcionamento durante todo o ano, tal como a estação d’A Rocha (Portimão) e das Salinas do Samouco. Estas duas últimas colaboram com o ICNF, mas são geridas por outras entidades.

Além das campanhas internacionais de anilhagem no outono, Santo André participa no Projeto das Estações de Esforço Constante, uma parceria coordenada pelo ICNF, através do CEMPA, e pela Associação Portuguesa de Anilhadores de Aves. Neste âmbito, ali se realizam capturas e anilhagens regulares, entre o final de março e de julho. Fazem-se ainda contagens de aves ao longo de todo o ano, no âmbito de projetos internacionais e nacionais, como a Monitorização das Aves Invernantes e a Monitorização das Espécies de Aves Coloniais.


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