Sines

Procissões da «Senhora das Salas — Padroeira dos Pescadores de Sines» nos próximos dias 14 e 15 de agosto

O evento acontecerá na próxima segunda e terça-feira com procissões pelo centro histórico e pelo mar junto à costa.

Segunda-feira, pelas 21h30, começa a primeira procissão, com a reza do terço, da Capela de Nossa Senhora das Salas para a Igreja Matriz. No dia seguinte, de manhã, pelas 11h00, acontecerá a Missa Solene na Igreja Matriz e, à tarde, às 16h30, uma procissão entre a Igreja Matriz e a Capela de Nossa Senhora das Salas, com passagem pelo porto de pesca, para a tradicional procissão marítima.

Ambas as procissões são acompanhadas pela banda da SMURSS e pela banda dos Bombeiros Voluntários de Sines.

A Igreja e o Tesouro de Nossa Senhora das Salas tem uma história rica. Em ação de graças por um suposto milagre na viagem de barco que a trouxe a Portugal (onde seria dama de honor da futura rainha D. Isabel), a princesa grega Betaça (ou Vetaça) Lescaris mandou construir, no final do século XIII / início do século XIV, a Igreja de Nossa Senhora das Salas primitiva.

A igreja primitiva é uma construção modesta, de uma só nave, mas torna-se rapidamente num destino de intensa peregrinação. Talvez em ação de graças pelo sucesso da viagem à Índia, Vasco da Gama decidiu reedificar o edifício de raiz, dando-lhe uma escala mais grandiosa.

A Ordem de Santiago, em conflito com Vasco da Gama, não viu com bons olhos a reedificação. Nesse sentido, D. Jorge de Lencastre determinou que não fosse concluída a mudança, mandando que os confrades ampliassem o templo primitivo. Apesar da autoridade do mestre, a ordem não foi acatada.

Concluída a ermida, com evidentes traços manuelinos, foram colocadas junto do portal, 2 lápides que reforçam a posição do Gama: “Esta Casa de Nossa Senhora das Salas mandou fazer o muito magnífico senhor D. Vasco da Gama, Conde da Vidigueira, Almirante e Vice-rei das Índias”.

Na transição do século XVII para o século XVIII, a ermida sofreu obras importantes (uma “atualização programática e estética dentro dos figurinos pós-tridentinos”, nas palavras de José António Falcão e Ricardo Estevam Pereira, cujo texto “A Ermida de Nossa Senhora das Salas”, incluído no catálogo “Da Ocidental Praia Lusitana” é de referência para uma história do monumento).

A intervenção mais significativa foi a instalação na capela-mor de um retábulo de talha dourada. O terramoto de 1755 levou a obras que alteraram sensivelmente a configuração da ermida. No início da década de 1770 foram encomendados azulejos para o revestimento do interior da igreja, formando um ciclo alusivo à vida de Maria. Nesta campanha de obras, foram acrescentados ao retábulo elementos da linguagem «rococó».

Até ao século XX, a ermida possuía casas próprias para os romeiros e para a habitação do ermitão. A Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais demoliu-os em 1961.

A igreja era revestida por ex-votos oferecidos especialmente pelos náufragos que se acolheram à proteção de Nossa Senhora das Salas. Monumento Nacional desde 1922 (decreto-lei n.º 8518 de 30 de setembro de 1922 J. M. S.) a Igreja de Nossa Senhora das Salas sofreu um processo de restauro desde os anos 1990 e encontra-se agora aberta ao público com o seu tesouro disponível para visita.


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