Mural imoral de 50 anos de muralismo

Muralismo: se fizermos uma pesquisa rápida na internet, lemos coisas como “revolução”, “arte”, “pintura”, “vivências”, “obras” e até mesmo “liberdade”. Pintar murais sob o mote do ativismo político, veio dar espaço à liberdade de expressão e opinião por estas cidades fora.

Setúbal não é exceção. São várias as zonas que têm arte efetiva, em prédios de alto a baixo. Gatos, Pessoas, Plantas, ou desenhos Abstratos são alguns dos exemplos que me lembro rapidamente. Porém, também é pintada de uma ponta a outra de vermelho. Um vermelho bem carregado, aquele do tom comunista, com uma pincelada de socialismo, precariedade e atentado às liberdades de quem com este balde de tinta leva.

Para assinalar 50 anos de muralismo em Setúbal, a Câmara Municipal de Setúbal fez um post no qual optou por utilizar a imagem de um mural, sim, feito pela juventude comunista, no qual desrespeitam as autoridades/forças de segurança. Esta imagem encontra-se nas redes sociais do Município. Talvez tenham optado por este, porque tudo o que são murais, cartazes, e outros materiais de propaganda política, de outros partidos, são destruídos em poucas horas, por estes mesmos artistas encarnados.

Já sei que não é costume a esquerda apoiar com a devida necessidade as forças de segurança. Temos tentado chamar à atenção para isto, até com o pedido de implementação de câmaras de videovigilância nas zonas mais problemáticas da cidade, nomeadamente na zona de diversão noturna (bares). Até hoje, e mesmo com a criminalidade a aumentar, continuam a achar que não é preciso.

Mas daí até chegarmos ao extremo oposto, de gozo com as autoridades… Fico sem saber o que pensar sobre este tipo de publicações, pois escandalizou-me que a autarquia, com tanta escolha que tem na cidade, em 50 anos de muralismo, optasse por uma mensagem destas. Para mim e para a Juventude Popular de Setúbal, é de extrema importância que estes profissionais sejam mais valorizados, mais respeitados, respeitando igualmente a população que protegem.

No entanto, aos 29 anos, já devia saber que há coisas que não mudam em Setúbal e que só a visão ditadora e de uma sociedade utópica e degradante do PCP e da JCP é que é válida.

André Fulgêncio, vogal da Juventude Popular de Setúbal

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