Mário Centeno, nomeação esperada mas vergonhosa!
Quero deixar claro que o profissionalismo e as qualidades do professor Mário Centeno, são indiscutíveis e como tal será porventura, das pessoas mais qualificadas para o desempenho da função.
Porém, esta nomeação a meu ver não deveria acontecer por duas ordens de razão. A primeira prende-se com o facto de Mário Centeno ter sido até há poucos dias o Ministro das Finanças de Portugal e tê-lo sido de 2015 a 2020, ou seja o agora nomeado Mário Centeno Governador do Banco de Portugal, vai ter que se pronunciar e agir sobre as decisões do até então Mário Centeno Ministro das Finanças, logo fazer favores ao atual governo a que pertenceu até ao presente mês. Isto é não só a ausência total de vergonha como um desrespeito pela democracia.
Mas a meu ver a segunda ordem de razão tem maior relevância e está entrelaçada com a primeira. Nas últimas eleições legislativas, os cidadãos elegeram um partido para a Assembleia da República que “grita” o que os cidadãos querem ouvir. Os cidadãos estão cansados de ligar as televisões ou de ler notícias que fazem menção a este tipo de compadrios e de negociatas para esconder as decisões erradas que alguém toma ou para esconder negócios ruinosos para os bolsos dos contribuintes e a meu ver a partir desse momento os intervenientes políticos e com maior relevo para as três principais figuras de Estado, Presidente da República, Presidente da Assembleia da República e Primeiro-ministro, deveria de haver uma maior preocupação em defender a democracia e não permitir o crescimento perigoso deste partido, evitando cometer erros de palmatória como este.
Que na verdade demonstra que a importância é a nomeação dos amigos e não a proteção da democracia. Quero ainda deixar claro que sou contra leis feitas à medida e hora, do momento, e defendendo o Estado de Direito Democrático sou contra a proposta do PAN, não por não concordar com ela mas pelo momento escolhido.
Já o partido a que pertenço, o RIR – Reagir Incluir Reciclar – tinha no seu programa eleitoral uma proposta legislativa que visava precisamente a proibição de ocupação de cargos em que tivesse havido intervenção direta, pela função ocupada, ou indireta, por responsabilidade da tutela que liderou. Assim, se tivéssemos sido eleitos esta proposta legislativa já teria sido apresentada e como tal não havia necessidade de criar uma lei ao momento.
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