Comissão Administrativa da AHBM de Santiago do Cacém demite-se após protesto de bombeiros
A Comissão Administrativa que estava a gerir a Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém apresentou a demissão através de uma carta partilhada na página do Facebook da corporação, pouco antes das 00h00 deste sábado.
Nesta, Natália Caeiro, presidente da Comissão Administrativa, dá conta que «chegou a nossa hora. É com alívio e também com satisfação do trabalho feito, que pedimos a nossa demissão. É muito difícil trabalhar contra interesses instalados, jogos de poder, intromissões políticas e quando não se pactua com algumas coisas.
Desejamos longa vida à Associação, muita sorte aos nossos sucessores e um muito obrigada aos muitos que nos ajudaram.»
Já na carta assinada pelos três elementos da Comissão, e dirigido ao presidente da Assembleia da Associação Humanitária, Pereira Dias, é novamente referido o «alívio de se livrarem de um tão pesado fardo. Já não tínhamos qualquer vontade, prazer nem orgulho em serviço e sermos presidentes de alguns elementos desta Associação.»
Segundo Natália Caeiro «encontrámos pessoas muito boas e trabalhadoras mas encontrámos outras das quais nos envergonhávamos de ser seus superiores hierárquicos» e deixa ainda um balaço da actividade «retirámos a Associação da falência e a folha de caixa de ontem fechou com 48.942.94 euros. Pagámos os ordenados, os subsídios e prémios a horas, prémios de produtividade e disponibilidade, fardámos os elementos todos, cujas fardas estavam demasiado gastas. Mandámos arranjar os carros quase todos e pagámos compromissos com os fornecedores.»
Do lado negativo, recorda que «mandámos instaurar processos-crime contra alguns elementos, por motivos diversos, sendo que alguns já estão constituídos arguidos. Nos últimos dias mandámos instaurar um processo-crime por ameaças à nossa integridade física.»
Durante a sexta-feira, um grupo de elementos da corporação concentrou-se frente à Câmara Municipal de Santiago do Cacém, onde foram recebidos pelo presidente Álvaro Beijinha, e exigiu a demissão da presidente daquele órgão, Nádia Caeiro, com um abaixo assinado representando cerca de 3/4 do total dos Bombeiros.
Os bombeiros ameaçavam que cessariam o serviço de socorro à população caso a demissão não ocorresse, segundo refere a Rádio Sines, que cita o autarca responsável pela Proteção Civil, e que se solidarizou «com estes homens e mulheres, que diariamente arriscam as suas vidas em prol de todos nós e que merecem ser tratados com total dignidade».
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