Opinião

António Costa – O “Don Teflon” da política portuguesa

Olá caríssimos(as) leitores(as) esta semana ruiu o governo deste país. Eu que nunca votei PS nunca tive especial simpatia por António Costa e pela sua trupe de saltimbancos; malabaristas; ilusionistas e palhaços não tenho nem vejo especiais razões para festejar. Vamos por isso aos factos.

A TEIA DE PODER E INFLUENCIAS DO PS

António Costa estava para a política portuguesa como JOHN GOTTY estava para a família Gambino da máfia de Nova York.

António Costa tinha tudo para ganhar. Uma maioria absoluta; era já um decano na Europa; tinha boa parte da imprensa na mão casos como do jornal Expresso; a SIC onde claramente se viam pessoas de uma forma ou outra ligadas ao stablismen do PS.

O PS controlava o país através de vários braços.

1 – Quem visse por exemplo o programa “EXPRESSO DA MEIA NOITE” percebia que o mesmo já não estava a ser um programa de debate informativo com vista a fazer a síntese do que iria sair no jornal semanário EXPRESSO no dia seguinte.

2 – O POLÍGRAFO que ao fazer parceria com a SIC fazia os desmentidos ou até mesmo o desacreditar de todos os que de uma forma ou de outra ousassem levantar a voz contra o poder do largo do Rato.

3 – A associação nacional de Autarcas estava já nas mãos do PS. E as CCDR’s com o acordo feito pela direção de Rui Rio. Que dividiram o poder como se fosse um acordo de territórios das famílias da máfia se por um lado o PS ganha em número de câmaras municipais o PSD é nas freguesias que tem força. O PCP apesar o peso autárquico que tem colocou-se de fora alegando falta de transparência democrática. As CCDR’s (Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional) vieram substituir os antigos governos civis dos distritos. Ficando dependentes da tutela política do ministério da coesão territorial. As CCDR’s no total 5 os governos civis eram 18. Desta forma é mais fácil controlar o dinheiro para os projectos de desenvolvimento de várias zonas.

4 – Os subsídios financeiros. O PS teve um autêntico sindicato de voto nas últimas legislativas. E o caso mais óbvio passou-se em Setúbal quando o comício eleitoral do CHEGA teve direito a uma manifestação de cidadãos de etnia cigana com direito a pedras a voar. Tudo por causa dos supostos cortes dos subsídios que o CHEGA pretendia nomeadamente no RSI.

A imprensa (alguma que era alinhada com o PS) teve direito a subsídios para compensar as perdas durante a pandemia. Foi durante esta altura que apareceram os famosos Fact-check e até a ministra da presidência Mariana Vieira da Silva queria fazer passar legislação para controlar o discurso nas redes sociais.

Com isto estivemos na antecâmara de instituir uma censura prévia.

Se por um lado o PS pretendeu controlar a imprensa com dinheiro. Por outro procurou limitar a capacidade de resistência quer da imprensa quer das redes sociais.

Felizmente não conseguiram. Graças a Deus houveram jornais que resistiram como por exemplo: O DIABO; o TAL & QUAL; DIÁRIO DO DISTRITO.

Falo por exemplo dos artigos que assinei que provocaram até motivou por parte da presidência da câmara municipal de Almada de um bloqueio de entrevistas aqui ao DD durante as últimas eleições autárquicas talvez devido ao meu artigo ALMADA LAVA MAIS BRANCO.

A MALDITA TRINDADE

Este PS estendeu também a sua influência aos projectos importantes para o interesse nacional.

1 – O lítio. Com a prospeção de lítio na região do Barroso e outra em Montalegre. A situação nunca foi pacifica primeiro pela contestação das populações e das autarquias a tentar impedir a exploração do local mesmo com as medidas de mitigação dos possíveis impactos ambientais impostas pela APA (agência portuguesa do ambiente).

As regras de concessão para uma exploração de uma mina impõem que a empresa selecionada tenha sido selecionada para a fase de prospeção. O que neste caso não aconteceu. Pois quem fez a prospeção foi a Nova Lítio e não a Lusorecursos Portugal Lítium, S.A. Já que esta empresa apenas foi constituída em cartório 3 dias antes do concurso público para a concessão para a exploração do lítio por 35 anos.

Para facilitar até tentou pressionar a CM de Boticas a não se opor com a promessa da construção de uma estrada.

Quem é que do governo PS é apanhado nesta história? O ex-ministro João Matos Fernandes e o Ex secretário de estado do Ambiente João Galamba.

2 – O hidrogénio. Aqui repetem-se logo as presenças de João Matos Fernandes e João Galamba mas também deu para chamuscar a imagem do ex-ministro da economia e transição energética Pedro Sisa Vieira que chegou ser investigado do MP. O caso come devido a uma queixas de um investidor holandês que se sentiu prejudicado quer pelo facto de ter havido pressões para serem incluídas empresas como a GALP e a MARTIFER. Quer com a posterior expulsão do mesmo investidor de forma não muito clara.

3 – A Start Campus. Esta foi a gota final. Aquela que deu origem à operação INFLUENCER. Que precipitou a queda deste governo.

A star campus apresenta-se como uma empresa que pretende ser ecológica e amiga do ambiente produzindo energia de forma 100% sustentável para alimentar os seus data-centers ou servidores de informáticos para as grandes empresas. Tinham como objectivo instalar o maior da Europa perto de Sines. E segundo o governo seria o maior investimento logo a seguir à Auto-Europa.

O problema nisto tudo eram as licenças. Quer de construção quer também par aumentar a capacidade da rede elétrica.

Para isto os arguidos o importante era o avançar rapidamente com o projecto. Para isso foi estabelecida uma rede de trafico de influências. E pressões. Primeiro era preciso vencer a questão do ambiente. Para isso havia que pressionar várias pessoas.

Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves são os pivôs desta história. O primeiro é o CEO da Sart Campus e Rui Neves o diretor jurídico. Um passou pela GALP e outro pela EDP

O presidente da câmara municipal de Sines Nuno Mascarenhas eleito pelo PS; João Galamba ministro do ambiente e infraestruturas; Lacerda Machado ex-secretário de estado da economia no governo de António Guterres; Nuno Lacasta presidente da APA. E para terminar Victor Escária chefe de gabinete de António Costa visado durante as buscas no gabinete do PM. Onde foram encontrados 78 000 euros em numerário. Escondidos em livros; caixas de vinho e envelopes.

Em cima disto tudo corre um processo autónomo no STJ (Supremo Tribunal de Justiça) devido ao estatuto do visado que é só a 3ª figura do estado português o primeiro ministro António Costa. Que estava a par de tudo e terá dado a sua bênção.

Até se chegou a equacionar exercer pressão sobre o PCP. Pelo menos é essa a teoria do MP segundo a revista VISÃO.

COMO COSTA E O PS ESTOURARAM O PRÓPRIO GOVERNO?

A Resposta não poderia ser mais simples António Costa é um produto do PS. Está no partido desde os 14 anos. E foi subindo nas fileiras do partido. Chegou a ser presidente da associação de estudantes da faculdade de direito de Lisboa. Quando perdeu as eleições da mesma resolveu roubar as chaves da porta. Situação que só se resolveu com intervenção da policia.

Esteve presente nos governos de António Guterres e José Sócrates.

E quando Sócrates chamou a TROIKA e saiu pela porta pequena. Costa era presidente Câmara Municipal de Lisboa. Nessa altura deu o beijo de Judas a António José Seguro que queria reformar o PS cortando com os vícios do Sócretismo.

Foi uma oportunidade perdida. Costa não avançou para isto sozinho o aparelho do PS e os boys desempregados do Sócretismo estiveram por detrás disto tudo. Com a formação da geringonça em 2015 saltaram todos para bordo e com acesso aos lugares-chave da máquina do Estado.

As pessoas que fizeram cair o governo são as mesmas que já estavam no governo Sócrates. As trafulhices tinham passadeira vermelha para avançar. O PS tinha tornado Portugal como a sua coutada.

Costa comportou-se sempre como um pretor maximus. Sempre fez o que lhe dava na gana. Apenas valorizando as amizades. E foi exatamente por causa dessas amizades que teve que se demitir. “DIZ-ME COM QUEM ANDAS. DIR-TE-EI QUEM ÉS”

O QUE SE SEGUE?

O que se segue. António Costa demitiu-se e caiu o governo. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa marcou as eleições para 10 de Março. Mas só vai dissolver a Assembleia da República depois do orçamento de estado estar aprovado.

O futuro é bastante incerto. Marcelo Rebelo de Sousa vai chamar Costa a Belém por causa de Galamba. A situação do actual ministro é politicamente insustentável. A juntar ao facto de ser arguido durante as buscas encontraram também haxixe em quantidades que a lei considera para consumo. Embora não seja crime é considerado ilegal. E hoje durante uma pausa durante o debate do orçamento de estado. Foi protagonista de uma discussão no corredor dos passos perdidos. É pena não conseguirmos ainda saber quem foi o outro interveniente.

No campus judiciário o advogado Manuel Magalhães e Silva visivelmente agastado sobre a entrevista ao jornal O NASCER DO SOL do presidente do STJ como sendo “conversa de tasca ou café”. Gostaria de saber qual é a posição da Ordem dos Advogados sobre este tipo de comentários. Até porque estamos a falar sobre a 4ª figura do estado português Ex aequo com o presidente do tribunal constitucional.

Engraçado é que este excelentíssimo causídico para além de defensor de um dos arguidos deste processo é também alguém que gravita na orbita do PS. E já passou pelos governos PS. Daí a tirada “vamos ver se no fim deste processo o edifício do MP ainda estará de pé”. Ou seja, quem se mete com o PS leva.

E se as eleições fossem hoje? Bom se fossem hoje. Nem o PS nem o PSD iam conseguir a maioria absoluta. O CHEGA sobe e não seria pouco.

A direita toda junta soma mais lugares no hemiciclo do que a esquerda. A sondagem da Intercampus dá a direita 139 deputados do total de 230. Sobra para a esquerda apenas 91.

O PS dificilmente mesmo com uma reedição da geringonça conseguiria formar governo com os resultados desta sondagem.

O PSD que entre ontem e hoje deixou antever que poderá formar governo com o apoio da IL e CDS também. Se estes partidos avançarem hoje para um governo teriam no total 94 deputados. Mais 3 que toda a esquerda junta. Nisto tudo sobra falar do CHEGA sozinho soma 45 deputados.

Neste momento se o PSD quisesse governar com uma maioria absoluta mesmo em coligação terá que dar a mão ao CHEGA.

O PS está com eleições internas para fazer com dois candidatos assumidos Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro. Mas também há quem queira limpar a casa ressuscitando António José Seguro. Que a meu ver é uma boa escolha. Não sei é se alguma vez ele vai perdoar a máquina do PS. Até porque se tivesse que limpar a casa depois de Costa teria que mandar as paredes a baixo. Seria muito mais trabalho do que depois de Sócrates.

Independentemente das futuras escolhas de cada português para as próximas legislativas antecipadas. O importante é que os portugueses pensem o seguinte. Querem continuar a lidar com mais casos destes??? Querem continuar a ser a chacota da união europeia. Querem que os vossos impostos sirvam para manter a corrupção a funcionar? Ou preferem ter os serviços públicos a funcionar? (escolas; tribunais; o SNS). 

Estas eleições têm que ser uma forma de arrumar a casa. E o PS se quiser sobreviver vai ter que fazer uma razia uma purga. Ou fazem isso ou irão parar ao balde do lixo da política portuguesa. Não há outra saída.

Esperemos melhores dias mas essencialmente vão depender das escolhas dos eleitores portugueses. Não basta ir votar muito embora isso seja essencial. É preciso votar com consciência e olhos abertos.

Enfim vamos pensar.

Samuel Marques, Chefe de Máquinas Marítimas


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