Opinião

VENDER A TAP SEM RECUPERAR OS MILHÕES?

Este artigo de opinião é da inteira responsabilidade de Bruno Fialho

Neste artigo vou tentar explicar por que é um erro vender/privatizar com urgência a TAP, impedindo, desta forma, os portugueses de recuperarem o dinheiro investido na empresa e porque essa solução vai beneficiar os mesmos políticos de sempre, bem como os seus amigos, que vão receber os usuais prémios de milhões, enquanto o “zé povinho” perde tudo.

Antes de entrar no assunto principal, não podemos esquecer que os políticos da nossa praça adoram mandar areia para os olhos dos portugueses, para isso, normalmente usam o velho modelo de defesa incondicional de uma ideologia de esquerda ou de direita, sem apresentarem objectivos concretos, o que têm feito sempre sem qualquer sucesso para o bem-estar do povo, como se viu nestes 48 anos de “suposta” democracia.

A questão da venda da TAP é uma das “areias para os olhos” mais bem elaboradas por esses políticos, seja porque uns são contra a sua privatização, sem apresentarem soluções viáveis, ou porque outros defendem a venda imediata da companhia aérea nacional, sem explicar que a venda/privatização, neste momento, apenas irá beneficiar quem adquirir a empresa e vai impedir que o Estado e os portugueses recuperem o dinheiro que investiram na companhia aérea nacional.

Os crimes e falta de ética que obrigaram a injectar 3,2 mil milhões de euros na TAP, têm dois culpados: o Governo de Passos Coelho/Paulo Portas, que vendeu a empresa a um “contador de histórias”, com 4 nacionalidades, e o governo de António Costa, que tem usado a companhia aérea para garantir uns tachos aos amigos, sem fazer uma reestruturação séria.

É também importante esclarecer os portugueses que esta injecção de capital, ao contrário do que é referido pelos comentadores do costume, foi feita pela primeira vez em 25 anos.

Durante um quarto de século a TAP não viu entrar nos seus cofres um cêntimo do dinheiro do Estado e apenas foi obrigada a pedir auxílio a Bruxelas devido a uma pandemia, tal como foram obrigadas todas as empresas de aviação da Europa.

Neste momento o valor da TAP está em franca recuperação e o valor da venda não irá reflectir os resultados operacionais da empresa.

Note-se que essa recuperação não se deve à gestão da empresa, mas sim ao assalto que foi feito aos salários dos trabalhadores e à normalização dos voos pós-pandemia.

É previsível que os resultados dos próximos anos sejam superiores aos apurados em 2022.

Se a TAP for vendida/privatizada depois de 2025, o valor da venda irá, com certeza, permitir ao Estado (todos nós) recuperar os apoios que foram concedidos.

Sendo assim, proponho aquilo que sempre defendi, mas que é algo que não permite aos políticos e aos seus amigos serem beneficiados, ou seja, defendo que se “venda” a gestão da empresa, mantendo o Estado a totalidade do capital social da companhia aérea nacional.

Essa “venda” da gestão da TAP passaria por celebrar um contrato de gestão, preferencialmente com uma companhia aérea Asiática, pois, assim, não entraria em concorrência directa com a empresa portuguesa, a qual pagaria para ficar a gestão da companhia de bandeira portuguesa.

Sendo a gestão profissional de nível internacional, o expectável será haver um aumento substancial da qualidade do serviço prestado, aumento das rotas e da frota, bem como o necessário saneamento financeiro da TAP.

Por último, relembro aos leitores que durante anos fui uma das poucas pessoas em Portugal que apresentou uma queixa-crime contra David Neeleman, recusada por um Ministério Público pouco interessado em investigar a fundo as “negociatas” entre a Azul (companhia detida por Neeleman) e a TAP (também detida por ele).

Assim, fico satisfeito que, provavelmente devido às “comadres” se terem zangado, as últimas noticias dão como certo que o Ministro Pedro Nuno Santos conseguiu “convencer” o Ministério Público a avançar para uma acusação aos negócios feitos pelo Neeleman.

O que me preocupa agora é que os políticos do “bem”, seja os que estão no Governo ou os que querem ir para lá, estejam a convencer os portugueses que é urgente vender/privatizar a TAP para dar dinheiro a ganhar aos “amigos” e que, se isso vier a acontecer, nos impeçam, a todos nós, de recuperar os milhões investidos na companhia aérea.

Será que a maioria do povo irá deixar que uns políticos “mangas de alpaca” vos enganem novamente ou desta vez vão querer abrir os olhos e exigir a melhor opção para o país e para os portugueses, que é recuperarmos o capital investido na TAP?


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