AtualidadeDistrito de Setúbal

Utentes do Litoral Alentejano contra teleconsultas exigem ‘medicina de proximidade’

As comissões de utentes do Litoral Alentejano criticaram esta quarta-feira ‘a proliferação’ de Balcões SNS 24 para teleconsultas ou renovação de receitas e exigiram do Governo mais recursos humanos que garantam «uma medicina de proximidade» na região.

Num comunicado divulgado esta quarta-feira pela Lusa, a Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano denunciou «a política do Governo no que toca à proliferação de Balcões SNS para prestação de serviços digitais aos utentes, ao invés de investir em recursos humanos que garantam uma medicina humanizante e de proximidade».

A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano considera não ser «esta uma solução para o problema da falta de profissionais de saúde neste território» e que «a instalação de Balcões SNS 24 desvirtua o princípio humanizante da medicina de proximidade, induzindo a robotização da medicina, com consequências negativas para a avaliação clínica realizada».

A estrutura coordenadora deu como exemplo as localidades onde foram instalados balcões desse tipo: Luzianes-Gare e Bicos, concelho de Odemira (Beja), São Francisco da Serra, Santiago do Cacém, e Rio de Moinhos, em Alcácer do Sal, onde os utentes dessas povoações «não têm acesso aos mais básicos cuidados de saúde e estão privados da visita de médico e enfermeiro às suas localidades».

Contactado pela agência Lusa, o porta-voz das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano, Dinis Silva, argumentou que estes balcões representam «uma falsa segurança para os utentes e para a população em geral» e que «as pessoas pensam que estão a ser bem atendidas, mas o médico precisa de observar os utentes e esta proliferação de Balcões SNS no litoral alentejano é uma infelicidade que veio a acontecer a esta região».

De acordo com o responsável, trata-se «de consultas por videoconferência, feitas por trabalhadores das juntas de freguesia e com os custos da energia elétrica, entre outros, também [a cargo] das juntas de freguesia», também estas sob «chantagem indirecta», assume a Coordenadora das Comissões.

«Os executivos das Juntas estão sob chantagem indireta, uma vez que não têm resposta do Ministério da Saúde para a colocação de recursos humanos, e a pressão de tentar garantir o acesso da população a cuidados de saúde, faz com que acabem por aceitar uma ‘não solução’» frisam no comunicado.

Os Balcões SNS 24 têm por objetivo prestar apoio a quem não tem acesso a equipamentos tecnológicos ou à Internet ou não tem condições ou as competências necessárias para aceder remotamente aos serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de acordo com o Ministério da Saúde.


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