Numa declaração política apresentada por João Afonso, vereador eleito pela coligação PSD/CDS-PP/Aliança durante a reunião pública do executivo na Câmara Municipal do Montijo, este declarou ter sido retirada a ‘confiança política pela Comissão Política do PSD ao vereador também eleito pela coligação, Ilídio Massacote.
A declaração política, versando os ‘actuais níveis de corrupção moral na estrutura do Estado e nos partidos políticos ao longo das últimas décadas’ levou a mais uma troca de galhardetes entre o vereador social-democrata, o presidente Nuno Canta, o vereador Joaquim Correia da CDU e, numa defesa da Honra, também de Ilídio Massacote.
Na declaração, João Afonso visou “a eleição de políticos altamente suspeitos e de credibilidade duvidosa e que mercantilizam os seus cargos em proveito próprio ou de interesses obscuros.
No Montijo, esses vícios estão bem patentes e bem presentes. O PS normalizou a inversão de valores”, enumerando depois casos de familiares do presidente que estão na Câmara Municipal, bem como apoios e propostas do PS “prometidos por anos e nunca cumpridos”.
João Afonso atacou depois o outro vereador eleito pelo PSD. “O vereador Ilídio Massacote, com o seu lamentável comportamento reiterado, bem patente nas sessões de Câmara, violou todos os princípios do PSD” e afirmou que este, “a partir da presente data, deixará de contar com a confiança política do PSD, pelo que todos os seus actos, e posições futuras, apenas vincularão o próprio e não o nosso partido e os cidadãos que em nós confiam.”
Perante as declarações do camarada de bancada, o vereador Ilídio Massacote, fez a declaração em defesa da honra, “e peço já desculpa pela figura triste que ‘a contrafação barata de vereador do Chega’ fez nesta sessão.
Da minha parte, afirmo que não abdico de pensar pela minha cabeça, e não estou obrigado a nenhuma disciplina de voto pela Comissão Política do PSD, que não pode exigir que os vereadores sejam meros fantoches de alguém que não respeita os montijenses e quem me elegeu foram os montijenses. O vereador Ilídio Massacote recusa-se a ser mais um do rebanho do Deus Sol.”
Ilídio Massacote criticou ainda “entrevistas dadas por João Afonso que me envergonham, e pelo qual tenho vergonha alheia, onde ataca o PSD Nacional e o Presidente da República, dizendo que votaria mais depressa numa apresentadora televisiva do que em Marcelo Rebelo de Sousa ou que os deputados PSD são ‘deputados corta-relva’”.
Na sua intervenção, frisou que “o PSD Montijo está refém de um acordo com a extrema direita populista e sem carácter, que acusa os outros de nepotismo, mas depois praticam-no, porque há familiares do senhor vereador na Comissão Política” e em novas acusações, referiu que “ele (João Afonso) mente com todos os dentes, adultera números, faz ataques pessoais na cultura e ao associativismo para ter sound-bytes ou para aparecer no jornal com grandes paragonas, a dizer que está a favor da transparência.
Mas como é que alguém pode estar a favor da transparência quando diz que uma associação foi beneficiada pela autarquia sem concurso público, quando houve um concurso público feito pela DGArtes! Tenha vergonha!!! Eu tenho vergonha de ter gente desta que nem institucionalmente respeita o Partido e que faz tábua rasa de toda a História e dos anteriores eleitos do PSD no Montijo.”
Sobre a retirada de confiança política, Ilídio Massacote garantiu que “vou continuar a ser eleito pelo PPD/PSD e não vou deixar de ser militante do PSD, porque o Partido não tem culpa de algumas pessoas que exercem o poder na Comissão Política” e pediu desculpa “por este triste episódio, eu só era bom quando fui a eleições, mas isto é próprio de ditadores, de gente que acha que ganha as eleições sozinho, de Deus Sol. A História e o tempo cá está para demonstrar quem está por bem e quem não está.
Tenho vergonha desta política de ódio, de maledicência, do bota-abaixo. Não é esta a política que eu quero.”
‘Vem aqui como virgem ofendida’
Durante a discussão, João Afonso acusou o presidente de “conflitos de interesses, porque as contas da Câmara Municipal são aprovadas pela sua esposa” a que o presidente respondeu que “há realmente situações em todos os partidos, e por isso estou de acordo consigo, mas relacionar isso com pessoas da minha família é uma relação entre as calças e outra coisa.
Levantar essa linha de suspeição, de ataque pessoal, é abusiva da sua parte. É falta de urbanidade do vereador. Isso é de meninos da escola, como o é o senhor vereador. Se tem suspeições, desafio-o a colocar o caso em tribunal, mas o senhor não tem nada, limita-se a fazer palhaçada. Não tem dignidade, quer pela sua actuação ao longo dos seus mandatos, mas atingiu aqui o grau zero e colocou em causa o cargo de vereador.”
João Afonso desafiou ainda Nuno Canta “a apontar que interesses pessoais tenho na política para além dos montijenses” e que apostasse se iria ou não ganhar as próximas eleições.
Este assunto teve ainda a intervenção do vereador da CDU, Joaquim Correia, que também criticou de forma áspera João Afonso.
“Vem aqui como virgem ofendida a dizer que é quem vem falar dos assuntos do concelho, quando esta foi a primeira vez que abordou um assunto que nem é da total competência da Câmara Municipal (o vereador social-democrata referiu a alegada falta de segurança). E você, que tem mentido nesta casa, vem para aqui falar de moral?” dando como exemplo o vídeo de João Afonso “no qual diz que foi você que trouxe para o Conselho Municipal de Segurança, quando tal foi conseguido pela CDU”.
Após mais de duas horas de discussão sobre este assunto, Nuno Canta apresentou as desculpas aos presentes e quem assistia “mas temos de dançar conforme a dança que aqui trazem”.
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