ReportagemSeixal

Seixal | Joaquim Santos imputa deslocalização da Hovione ao Governo

O presidente da Câmara Municipal do Seixal imputa a responsabilidade do adiamento da construção de uma nova fábrica da farmacêutica Hovione no concelho, “às políticas do PSD e do PS”.

O assunto foi abordado pela vereadora Elisabete Adrião (PS) na reunião camarária desta tarde, uma discussão que viria a culminar com a saída dos vereadores do PS da sala, em protesto por uma afirmação do presidente que visava a vereadora.

“Surgiu uma notícia no Jornal Económico que dá conta de que a Hovione não pretende avançar com a construção da nova fábrica no concelho, depois de termos tido, da parte do presidente, durante a campanha eleitoral, a garantia de que a obra iria avançar”.

Joaquim Santos respondeu que “a obra não está fora dos planos da empresa, ainda ontem enviámos o contrato de urbanização, que corresponde à última parte do licenciamento municipal; o próximo passo será a assinatura desse contrato pela empresa, para que possa avançar para o pedido de licenciamento para o loteamento das obras e avançar com estas”.

Sobre os motivos que levaram a Hovione a anunciar que o projecto ficou suspenso, o autarca explicou que “quando essa notícia saiu, o presidente do Conselho de Administração da Hovione ligou-me e explicou que a decisão se ficou a dever à falta de fundos estruturais proporcionados pelo Governo português. Isto porque os Governos PSD e PS optaram por retirar a península de Setúbal das NUT 3 e 2 e com isso perdemos capacidade de investimento, o que levou a Hovione a optar comprar uma fábrifa nos EUA, onde o Governo apoia as empresas.”

O autarca não deixou as críticas por mãos alheias e sublinhou o facto de “o Governo PS só agora, no limite do prazo é que vem dizer que irá pedir a Bruxelas a criação da NUT para esta região, e entretanto perdemos investimentos de milhões de euros.”

Em resposta o vereador Eduardo Rodrigues (PS) considerou a explicação do presidente como “espatafúrdio”, acrescentando que “qualquer investidor quando pensa em investimentos, tem de contar com as suas próprias verbas. Aquilo que durante a campanha eleitoral foi uma bandeira da sua candidatura, é agora culpa do Governo? E agora as NUT parecem servir para todas as desculpas do PCP. O melhor é rever o seu argumentário e encontrar outra desculpa.”

A troca de argumentos continuou, com Joaquim Santos a esgrimir que “decisão espatafúrdia foi o PSD e o PS anular as NUT de Setúbal. A culpa desta situação não é da Câmara Municipal do Seixal, mas do Governo PS, que não reverteu essa situação, e pelo investimento da Hovione no Seixal, segundo o próprio presidente do Conselho de Administração da empresa”.

Dirigindo-se aos eleitos do PS, Joaquim Santos afirmou que “a senhora vereadora Elisabete Adrião, que segundo li num artigo jornalístico muito interessante que me fizeram chegar da Visão, foi indicada como deputada pelo distrito, poderá fazer chegar esta preocupação ao futuro Governo.”

À interpelação, a vereadora visada considerou que “o presidente está novamente a entrar por uma via da minha vida privada (tendo em conta que o referido artigo relevou a situação em que a vereadora se viu envolvida com a vacinação na Segurança Social) e não lho admito. É por isto que não permite que as reuniões sejam transmitidas, para que não vejam as suas atitudes”, retirando-se da sala, no que foi secundada pelos eleitos do PS.

A esta atitude, Joaquim Santos respondeu que “ainda na última reunião de Câmara Municipal os senhores fizeram afirmações que eu ia ser candidato nas listas da CDU, e agora reagem assim”.


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