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SARILHOS GRANDES – Equipa pretende continuar intervenção arqueológica na Igreja de S. Jorge

A Galeria Municipal do Montijo recebeu esta tarde a conferência ‘Sarilhos Grandes na Expansão Portuguesa’, na qual foram apresentados os resultados do levantamento arqueológico que teve lugar em 2008, num espaço frente à Igreja de S. Jorge.

Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal iniciou a conferência agradecendo aos investigadores envolvidos e a Direção Geral do Património Cultural Português “pelo trabalho desenvolvido em prol do património”, ao Padre Casimiro “que tem sido um guardião do património religioso cultural no concelho” e aos que contribuíram para a brochura que passou a ser distribuída na Galeria Municipal, onde está também patente a exposição que dá conta do trabalho realizado nesta investigação.

O edil salientou ainda que “Sarilhos Grandes é uma terra velha com muitos séculos e a autarquia, ao apoiar este tipo de estudo, contribuiu também para reavivar a memória do passado e realçar a fidelização que temos às nossas raízes. Com as exumações foram feitas descobertas extraordinárias, das múltiplas camadas de que é feita a nossa história.”

Seguiu-se a apresentação por Paula Alves Pereira, que coordenou o levantamento arqueológico e por vários especialistas que durante os últimos dez anos têm trabalhado nos ossos exumados.

 

Ingestão de batata em Sarilhos Grandes

 

Um dos aspectos mais relevantes do levantamento arqueológico foi a descoberta de parasitas na ‘placa’ dos dentes de alguns esqueletos, contendo amido de batata, um produto que se pensa ter sido trazido para a Europa após as descobertas do Novo Mundo de Cristóvão Colombo, sendo que os esqueletos são anteriores a essa data.

A escavação arqueológica de salvaguarda acompanhou a empreitada levada a cabo em 2008 pela Simarsul, realizada em Zona Especial de Proteção da Igreja de S. Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade, e abrangeu 23m2, tendo sido exumadas ossadas de 21 enterramentos, de 11 adultos, 4 crianças de menos de um ano de idade, 3 crianças entre os 1 e os 6 anos de idade, e um jovem entre os 13 e os 20 anos de idade.

Relativamente aos sexos, foram apenas identificados 3 esqueletos masculinos e 3 femininos, sendo o mais antigo de circa do ano de 1445.

Os técnicos explicaram os processos utilizados na datação e estudo dos ossos e fizeram um enquadramento histórico da zona, da Igreja e da Ermida.

No sentido de perceber melhor e de um levantamento mais exaustivo das ossadas, a equipa pretende continuar o estudo com novas intervenções entre 2019 e 2020, com a criação de um campo e escola de arqueologia no local, aberto a estudantes e professores e uma intervenção dentro da Ermida de N.S. da Piedade e da Igreja, para recolha de mais amostras.


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