Há dias assim. Vou hoje falar-lhe sobre… confesso que ainda não sei, mas tenho a ténue esperança que o discorrer dos dedos no teclado vá ditar alguma coisa.
Tenho pensado muito em peixes… deixe lá ver. Talvez escolha um … sim, já sei, vou falar sobre tubarões. Não na sua qualidade de predadores, mas na qualidade de vítimas. Acabaram de assolar ao meu cérebro imagens aterradoras em fastfoward de práticas de finning ou até pior.
Ora vamos lá – no início deste ano foram apreendidas 83 toneladas de barbatanas de tubarão em Sesimbra. Em todo o mundo, são pescados anualmente cerca de 100 milhões de tubarões, para que 30% da sua carne (conhecida por cacão) e 70% das suas barbatanas possam ser consumidas. Agora repare – estou a referir-me a barbatanas – o animal é pescado, as barbatanas são cortadas e o resto da carcaça é atirado ao mar. Mas o pior é quando o animal ainda não virou carcaça e é cuspido para a água, onde, impedido de nadar, em atroz sofrimento e a sangrar, acaba por morrer esvaziado em sangue ou sufocado.
Não me surpreende nada que a legislação europeia, sim essa cujos autores se arrogam de ser a melhor a nível mundial no que respeita à defesa e bem estar animal, se por um lado proíbe a prática de finning, isto é, o corte das barbatanas a bordo dos navios e em águas pertencentes à União, por outro venha permitir a exportação do resto destes animais, revelando ser um dos grandes exportadores a nível planetário. Sim, é verdade. Portanto, uma vez mais quer ficar bem na fotografia, usando uma deficiente maquilhagem, que não consegue esconder dos mais distraídos as suas graves imperfeições.
Está a perceber? A União Europeia é uma das maiores exportadoras de barbatanas, mas não permite a sua recolha. Oh, pá? A sério? Mas que pouca vergonha vem a ser esta? Quem está ao leme os desígnios da União nada tem feito para reverter e controlar esta barbaridade.
Quero por isso que saiba que existe um movimento que pede a abolição desta prática e consequente alteração legislativa. Pode por isso contribuir com a sua assinatura clicando neste link:
https://eci.ec.europa.eu/012/public/#/screen/home
Com todos a “quelelem sopa de tubarau”, é preciso implementar com urgência medidas eficazes para a conservação destes peixes, sob pena de não tardar que venham a ser considerados como espécie em risco de extinção.
E não pense que não há tubarões a serem também pescados por engano e que são deixados nas praias portuguesas, a bem da saúde pública de todos nós. E quer ouvir um pouco mais? Na praia do caniçal, na Lourinhã, no âmbito da pesca por arrasto, até golfinhos são encontrados no areal sem barbatanas! Não acredita? Veja esta foto tirada no dia 16 de agosto de 2020…
Para os que gostam mesmo muito dea sopa de tubalau, aqui fica especialmente para vocês:
https://diversforsharks.com.br/pt/ativismo/o-que-e-finning-e-como-voce-pode-ajudar-a-combate-lo/
Que história bonita, esta. E tenho tantas outras para partilhar consigo.
Voltarei, porque, afinal, “somos todos iguais”.
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