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País | Portugal acolhe a 2ª Conferência dos Oceanos da ONU

Portugal acolhe a 2ª Conferência dos Oceanos da ONU, de 27 de Junho a 1 de Julho

Com o tema “Reforçar a Acção para Proteger os Oceanos com base na Ciência e na Inovação, para a Implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável, 14: Proteger a Vida Marinha – Balanços, Parcerias e Soluções”, as Nações Unidas, com o apoio dos governos de Portugal e do Quénia, acolhem a 2ª Conferência dos Oceanos, em Lisboa, de 27 de Junho a 1 de Julho de 2022. 

Com a participação de delegados de todos os Estados-membros, organizações não governamentais, universidades, empresários à procura de formas de desenvolver de forma sustentável a “Economia Azul”, espera-se que este evento, marque uma nova era para os oceanos. 

Liu Zhenmin, subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Económicos e Sociais, será o secretário-geral da Conferência, e Miguel de Serpa Soares, subsecretário-geral para os Assuntos Jurídicos, será o Conselheiro Especial dos presidentes da Conferência dos Oceanos.

Embora a Conferência tenha lugar em Portugal, esta está a ser co-organizada pelo Quénia, onde 65 por cento da população costeira vive em zonas rurais, dedicando-se principalmente à pesca, agricultura e mineração para a sua subsistência. A paixão pelo oceano é partilhada com Portugal, um país que desempenha um papel central para o Oceano Atlântico. 

Prevê-se que a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas contará com cerca de 900 a mil entidades não governamentais, para além dos representantes dos 192 países da ONU.

Eventos especiais da Conferência dos Oceanos

A Conferência engloba cinco eventos especiais. 

O papel da juventude estará em primeiro plano em Lisboa, na Nova SBE em Carcavelos, com jovens a trabalhar em soluções inovadoras e baseadas na ciência para problemas críticos. De 24 a 26 de Junho, participarão no Fórum Juventude e Inovação, uma plataforma destinada a ajudar os jovens empreendedores e inovadores a ampliar as suas iniciativas, projectos e ideias, proporcionando formação profissional, e mentoria de investidores, do sector privado, e de funcionários governamentais. 

Focado nos governos locais e regionais, o evento “Localizar a ação pelo Oceano: Governos locais e Regionais”, terá lugar a 25 Junho de 2022 em Matosinhos. Este evento visa “facilitar um debate sobre oportunidades e iniciativas que possam apoiar a adaptação sustentável das cidades e regiões costeiras, incluindo o financiamento da inovação e a ampliação da proteção dos oceanos.” 

O “Simpósio sobre a Água: A ponte entre o ODS 6 e o ODS 14” acontece a 27 Junho na Blue Zone do Altice Arena em Lisboa. Aberto aos Estados-membros da ONU que estão registados para a Conferência dos Oceanos, este simpósio antecipa a Conferência sobre a Água da ONU de 2023 e, destaca a relação entre “a água salgada e a água doce” e concentra-se no desenvolvimento de uma relação entre “estas duas comunidades para garantir uma melhor implementação da Agenda 2030 e do Acordo de Paris.” 

O “Fórum de Investimento para a Economia Azul e Sustentável” (FIEAS) tem lugar a 28 Junho na Nova SBE em Carcavelos. O FIEAS procura desenvolver “processos, ferramentas e decisões financeiras” e “estabelecer uma linguagem comum para uma economia azul e sustentável.” 

A conferência incluirá também uma “Innovathon”, onde equipas de cinco participantes trabalharão em conjunto para criar e propor novas soluções oceânicas. 

Para além dos eventos especiais, as Nações Unidas convidam todos os “Estados-membros, organizações intergovernamentais, entidades da ONU e outras entidades devidamente acreditadas e registadas” a desenvolverem os seus próprios eventos paralelos em ligação com a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas de 2022. Estes eventos poderão realizar-se no Altice Arena, noutras localizações em Lisboa ou, virtualmente.

O programa oficial pode ser consultado na integra aqui

Objectivos da Conferência

A Conferência é um apelo à acção pelos oceanos – exortando os líderes mundiais e todos os decisores a aumentarem a ambição, a mobilizarem parcerias e aumentarem o investimento em abordagens científicas e inovadoras, bem como a empregar soluções baseadas na natureza para reverter o declínio da saúde dos oceanos. 

A Conferência dos Oceanos acontece num momento crítico, pois o mundo procura resolver muitos dos problemas profundamente enraizados nas nossas sociedades e, evidenciados pela pandemia da covid-19. Para mobilizar a acção, a Conferência procurará impulsionar as muito necessárias soluções inovadoras baseadas na ciência, destinadas a iniciar um novo capítulo na acção global pelos oceanos.

Os Oceanos em números

Os oceanos abrangem 70% da superfície da Terra, são a maior biosfera do planeta e são o lar de 80% de toda a vida no mundo. Geram 50% do oxigénio que necessitamos, absorvem 25% de todas as emissões de dióxido de carbono e captam 90% do calor gerado por essas emissões. Os oceanos não são apenas “os pulmões do planeta”, mas também o maior depósito de carbono – um amortecedor vital contra os impactos das alterações climáticas, actuando como um gigantesco deposito de gases com efeito de estufa. 

Os oceanos alimentam uma biodiversidade inimaginável e produzem alimentos, empregos, recursos minerais e energéticos necessários para a vida no planeta sobreviver e prosperar. São o maior ecossistema do planeta, regulam o clima e proporcionam meios de subsistência para milhares de milhões de pessoas. Há muito que ainda não sabemos sobre os oceanos, mas há muitas razões pelas quais precisamos de os gerir de forma sustentável.

De acordo com dados da ONU, cerca de 680 milhões de pessoas vivem em zonas costeiras baixas, número que deverá aumentar para mil milhões de pessoas até 2050. Além disso, as últimas estimativas estimam que 40 milhões de pessoas serão empregadas por indústrias baseadas nos oceanos até ao final desta década. 

O que podemos fazer no dia-a-dia para ajudar os Oceanos

O que podem fazer os cidadãos para promover uma economia azul sustentável, enquanto esperam que os decisores e líderes mundiais entrem em acção? Aqui estão algumas ideias que podem ser incorporadas na nossa vida quotidiana: 

-Se come peixe, diversifique a sua dieta em termos de consumo, não coma sempre a mesma espécie. Evite também consumir predadores de topo e certifique-se de que o que come provém de fontes responsáveis. 

-Evite a poluição plástica: com 80% da poluição marinha originada em terra, faça a sua parte para impedir que a poluição chegue ao mar. Pode ajudar, utilizando produtos reutilizáveis, evitando consumir produtos descartáveis e, também certificando-se de que está a colocar os seus resíduos nos contentores apropriados. 

-Recolha o lixo da praia e não deite lixo no chão. 

-Continue a defender soluções, seja nas ruas, escrevendo cartas aos decisores, assinando petições, ou apoiando campanhas que visem influenciar os decisores, a nível nacional ou a nível global. 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14: Proteger a Vida Marinha 

Adoptado em 2015 como um elemento fundamental da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030, em conjunto com os outros 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, o Objetivo 14 sublinha a necessidade de conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos do mundo. 

O progresso do Objetivo 14 é orientado por metas específicas que se centram numa série de questões dos oceanos, incluindo a redução da poluição marinha, a proteção dos ecossistemas marinhos e costeiros, a minimização da acidificação, o fim da pesca ilegal e excessiva, o aumento do investimento no conhecimento científico e na tecnologia marinha e, o respeito pelo direito internacional que apela à utilização segura e sustentável do oceano e dos seus recursos. 

A Década das Ciências dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável 2021-2030

A ciência é clara – os oceanos estão a enfrentar ameaças inéditas devido às atividades humanas. A sua saúde e capacidade de sustentar a vida só irá piorar à medida que a população mundial cresce e, as actividades humanas aumentam. Se queremos abordar algumas das questões mais marcantes do nosso tempo, tais como as alterações climáticas, insegurança alimentar, doenças e pandemias, diminuição da biodiversidade, desigualdade económica e mesmo conflitos e guerras, temos de agir agora para proteger os nossos oceanos. 

A grande maioria dos oceanos permanecem por explorar – não observados e inexplorados. A nossa compreensão do oceano e a sua contribuição para a sustentabilidade depende, em grande parte, da nossa capacidade de analisar e compreender os oceanos cientificamente – através da investigação e observações sustentadas, apoiadas por infra-estruturas e investimentos adequados. 

A Década das Ciências dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável, fornece uma estrutura para assegurar que a ciência marinha possa apoiar plenamente as acções dos países para gerir de forma sustentável os oceanos e, mais particularmente, para alcançar a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 – através da criação de uma nova base, através da interface ciência-política, para reforçar a gestão do oceano e das zonas costeiras em benefício da humanidade. 

Mais informações aqui


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