Vivemos tempos de incerteza, marcados por graves e consecutivos fatos políticos. A difícil conjuntura internacional, com uma guerra na Europa, e o aumento contínuo da inflação, obrigavam o Governo Socialista de maioria de absoluta, a políticas firmes de incentivo á economia nacional e ás empresas. No entanto, nem mesmo com maioria, o que o PS oferece ao país, é um completo caos, desgovernação e desrespeito pelas instituições Governamentais, com o culminar, numa teia de mentiras na CPI da TAP, servidas aos portugueses em horário nobre. Se na empresa pública mais escortinada do país, a TAP, é a estes tristes fatos que se assiste, é fácil concluir, como será a gestão das restantes empresas Estatais, entregues aos atuais quadros do Largo do Rato.
Á 4 anos a desempenhar funções, como adjunto no gabinete do Ministério das Infraestruturas, Pedro Pinheiro, ouvido na CPI da TAP, desenrolou mais um novelo de um quadro tóxico do PS, o Ministro João Galamba, por quem o Primeiro-Ministro colocou em cheque o presidente da república, num braço de ferro entre Belém e São Bento, para a continuação em funções do Ministro.
De modo estarrecedor, Pedro Pinheiro, em direto para o país, descreveu a sua versão dos fatos: “fui exonerado pelo telefone, pois segundo o Ministro, se fosse pessoalmente, levava 2 socos”; “estive sequestrado no Ministério das Infraestruturas, e fui forçado a chamar as autoridades para conseguir sair”; no entanto, já com as autoridades no local, saí com o meu PC do ministério numa mochila, e fui como habitualmente, tranquilamente de bicicleta para casa (segundo o Ministério, uma mochila que continha documentação classificada, de bicicleta, pelas ruas de Lisboa)?
Já no seu domicílio, “fui visitado por um agente do SIS, que me ameaçou, estou a ser muito pressionado pelo topo”, (o SIS responde ao Primeiro-Ministro); “pelo que é melhor resolvermos isto a bem” … Tendo sido a PJ, a conseguir resgatar o PC, que segundo o testemunho na CPI da chefe de gabinete do Ministério das Infraestruturas, Eugénia Cabaço, era o único suporte físico do Governo, onde estavam gravadas informações classificadas, sobre as concessões no hidrogénio verde (de muitos milhões), como?
Frederico Pinheiro continuou afirmando estar a ser vítima: “fui injuriado e difamado pelo Primeiro-Ministro e Ministro das Infraestruturas, através de uma campanha Governamental, que procurou implementar uma narrativa falsa”.
No dia seguinte, a CPI recebeu Eugénia Cabaço (que segundo Galamba, na audição posterior, ficámos a saber, que tem superpoderes no Governo PS), já com vasta experiência em gabinetes executivos Socialistas, assessora 4 anos no gabinete de Sócrates, e amiga pessoal do mesmo. A atual chefe de gabinete de Galamba, assume toda e qualquer culpa, protegendo o antigo delfim de Sócrates: “tudo é uma mentira”; “sou a única responsável pela intervenção do SIS”, sem ter avisado o Ministro. No entanto, redigiu um email em 11/03/2023, com Galamba em c/c, não concorda com a exoneração de Pedro Pinheiro, que agora, descreve como alegado homem violento e perigoso, começam a surgir as incongruências, de quem está a faltar á verdade!
Em 01/05/2023, numa curta nota, o gabinete do Primeiro-Ministro avançou que Costa não fez “qualquer diligência” para recuperar PC, e elogiou a conduta do Ministério, “deu – e bem – o alerta”. Já no passado dia 15/05/2023, revelou que António Costa “não foi nem tinha de ser informado”, sobre as ações do SIS.
Segue-se a audição ao Ministro, João Galamba, o mesmo, depois de ser informado das alegadas cenas de violência no seu Ministério, via WhatsApp, quando se encontrava em casa, tomou conhecimento que 5 mulheres se fecharam num WC, depois de agredidas e temendo pela sua integridade física, e que está em causa, o alegado furto de um PC, com informação classificada. O Ministro afirma que contactou a sua chefe de gabinete, para lhe dar a ordem para chamar o SIS, que segundo o próprio, Eugénia Cabaço já tinha tomada essa iniciativa, muito estranha e de difícil entendimento, pois torna-se muito difícil de acreditar, que ambos, desconheçam que as secretas não podem desempenhar tarefas de polícia! Ou seja, corrobora e apoia a decisão tomada, mas o mesmo e o Primeiro-Ministro, nada sabiam, que conveniente.
Perto do final da audição de 7 horas, Galamba confessa ter contado de madrugada a António Costa que tinham ligado a SIS. A comprovação de quem, talvez por força do cansaço, baixa a guarda, e conta a realidade do que se passou, Galamba e Costa, estão coordenados a mentir ao país! Recai inclusive 2ª vez, ao admitir que também contactou o Ministro da Administração Interna, e que o pôs ao corrente dos fatos, fato esse, que Galamba nunca tinha dado conhecimento ao país. Neste descalabro total, tem que ser assumidas e tiradas todas as consequências políticas dos fatos, são vários os Governantes envolvidos, Ministra da Justiça, Ministro das Infraestruturas e a sua chefe de gabinete, Ministro da Administração Interna, e o responsável por todos os anteriores, António Costa.
O ainda Primeiro-Ministro, tem invariavelmente que prestar esclarecimentos ao país, e não estar a esconder-se numa conveniente agenda internacional, qual silencio dos inocentes, quando a casa está literalmente a “arder”. Ideal seria o próprio, disponibiliza-se pessoalmente, a prestar esclarecimentos aos deputados, o que não acredito que venha a suceder, o bem que fazia á democracia, e em nome da transparência da gestão da coisa pública, e da classe política. A não se verificar, paira no ar a suspeição de quem foi realmente o autor da sugestão, e de forma clara, ordenou ao seu Ministro que chama-se o SIS, penso que o leitor, depreende qual é a minha opinião…
João Garrett Condelipes, vice-presidente do PSD de Alcochete, e membro da Comissão Política Permanente, Distrital do PSD de Setúbal
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