O Descarrilamento da Carris Metropolitana
Esta semana que agora termina ficou marcada pelo desencarrilhar total da Carris Metropolitana. Perante as necessidades diárias dos utentes, a empresa Alsa Todi, contratada pela entidade gestora Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), voltou a prestar um serviço deficitário.
À semelhança do que sucedeu na primeira semana em que a Alsa Todi assumiu as operações da Carris Metropolitana, as carreiras disponibilizadas apresentaram-se de novo com atrasos nos horários, com a agravante de muitas nem sequer terem sido efetuadas.
Os constrangimentos fizeram-se sentir entre as inúmeras pessoas que se queriam deslocar para os seus empregos e as crianças que se dirigiam para a escola. Os autocarros chegavam tardiamente ou simplesmente não chegavam. Alguns passavam sobrelotados e nem sequer paravam, deixando as pessoas à espera nas paragens. Os motoristas, sem mãos a medir, viram-se num cenário que em tudo lhes era desfavorável, ouvindo todo o tipo de reclamações e carregando ao volante a frustração dos passageiros.
Os diversos relatos que me foram chegando ao longo da semana revelam uma total desconsideração pelas centenas de utentes que se deslocam habitualmente neste transporte público rodoviário. Conhecendo de antemão as dificuldades que atravessa e os desafios em assegurar um serviço regular, a Alsa Todi está até à data de hoje sem emitir qualquer aviso de supressão de carreiras ou qualquer comunicado de pedido de desculpas aos seus utentes. Fica mal, fica muito mal na fotografia, não eximindo também a TML das devidas responsabilidades.
Ao que foi sendo apurado nas reuniões desta semana entre autarcas e utentes da Carris Metropolitana, os problemas em questão prendem-se em larga medida com a falta de motoristas. Sendo que a empresa já se encontra em funções há mais de três meses, tempo suficiente para estar em normal funcionamento, no meu entender, o que assistimos nesta semana é fruto de uma gestão perniciosa. Literalmente, tem sido um jogo com a vida das pessoas.
Urge uma retificação premente deste modelo de gestão. A política de contratualização da TML para a sua marca Carris Metropolitana deveria obedecer a critérios rigorosos e efetivos. Não chega aparentar uma frota bonita com wifi e carros híbridos movidos a energia elétrica. O contrato celebrado entre a TML e a Alsa Todi deveria em primeira mão acautelar a transferência total dos recursos humanos da antiga empresa TST, e obrigar ainda à antecipada contratação e formação de mais motoristas em tempo útil. Pelo que está à vista, nada disto foi feito.
Na qualidade de Presidente da Comissão Política Distrital de Setúbal, gostaria de expressar aqui a solidariedade total do CHEGA para com os cidadãos do nosso distrito, afetados por estes constrangimentos. Exorto ainda, todos os responsáveis da TML e da empresa Alsa Todi, a comprometerem-se com uma solução breve visando a operacionalidade do transporte público rodoviário nos concelhos em questão.
O país não pode parar, e o distrito de Setúbal, tão fustigado pelos problemas na rede de transportes públicos nos últimos anos, não pode ficar à mercê de caprichos de entidades gestoras ou das empresas que facultam diretamente o serviço de transporte.
Setúbal merece mais. Setúbal merece muito melhor!
Nuno Gabriel, presidente da comissão política Distrital de Setúbal
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