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Nuno Canta: “Temos uma oposição morta e sem ideias”

Leia a segunda parte da entrevista de balanço do mandato de Nuno Canta ao Diário do Distrito.

Leia a segunda parte da entrevista de balanço do mandato de Nuno Canta ao Diário do Distrito:

Onde se inseriram os maiores gastos com a pandemia?

Procurámos não deixar ninguém para trás e nunca faltaram máscaras, álcool gel, fatos descartáveis aos nossos lares, aos bombeiros, ao hospital e aos nossos centros de saúde. Foram os municípios que pagaram grande parte destas despesas. O foco foi para apoio social às pessoas com a isenção das rendas sociais, isenção de rendas dos cafés e dos nossos mercados, e apoio com vouchers de compras no comércio local.

Fizemos também um apoio significativo ao Movimento Associativo do Montijo com um programa especial para as associações que tiveram dificuldades. Para além dos apoios sociais e económicos que estamos a dar ao comércio e às pessoas com dificuldades, entendemos que devemos fazer agora, em contraciclo, um período de grande investimento público.

Que investimentos estão planeados?

Estamos a fazer muitos projetos de reabilitação urbana. A nível desportivo estamos a fazer um investimento no campo de futebol do Afonsoeiro e um outro campo de relvado sintético em Sarilhos Grandes, com Clube Sarilhense. Além disso, temos vindo a realizar pavimentações nas avenidas e a mantermos o espaço público em condições.

Durante o mandato dissemos que íamos reabilitar muito da cidade interna e aprovámos uma área de reabilitação urbana que dá benefícios fiscais. Com isso tivemos muitas habitações e muitos prédios antigos renovados na cidade do Montijo.

“A confirmação da Mercadona para o Montijo é mais um grande investimento internacional”

A nível da cultura estamos a programar, com ideias de um escultor mundialmente conhecido, o Tony Cassaneli, uma escultura na entrada do Montijo em homenagem à floricultura. Temos ainda a confirmação da Mercadona para o Montijo, que é mais um grande investimento internacional. Já compraram o terreno e vão desenvolver o trabalho connosco.

O Aldi também se quer instalar no Montijo e temos apoiado muito o setor agrícola, que é de grande produção, sem nos esquecermos da suinicultura, vinicultura, bovinicultura e caprinicultura. Nas área da agricultura temos empresas que são de ponta e das mais avançadas do país em termos das tecnologias de produção e do volume de negócios.

Não deixámos de fazer o corredor verde estruturante da cidade, com a chamada Quinta do Pocinho das Nascentes. O jardim já está feito e estamos agora a fazer a Casa da Música de Jorge Peixinho, que é um investimento de cerca de 2 milhões de euros. Investimos no que muitos acham que é apenas uma coisa estética, mas não é nada disso.

É uma obra estruturante, do ponto de vista de termos um continuo natural. As cidades precisam de ter, no seu interior, jardins que penetrem continuamente no seu território. E normalmente esses jardins devem acompanhar os vales de drenagem das águas, que já existiam quando aqueles eram terrenos rurais, e devem continuar a existir quando passam a ser bairros de habitação.

“O que aconteceu na Madeira, com toda aquela calamidade de chuva e de consequências gravíssimas, nunca aconteceria no Montijo”

Isto é preciso para protegermos as cidades e os moradores de cheias. O que aconteceu na Madeira, com toda aquela calamidade de chuva e de consequências gravíssimas, nunca aconteceria no Montijo, porque nós temos os vales sem casas e só com jardins que podem ser inundados se vier uma grande quantidade de água, e nunca afeta as casas.

Considera que os atrasos no aeroporto devem-se sobretudo a uma guerra política?

Com certeza. Os argumentos de quem diz que o aeroporto é prejudicial às pessoas cai por terra porque existe um estudo a dizer que não é. As pessoas que se opõem ao aeroporto são obviamente conotadas com o PCP e com a CDU. Foram dois municípios, Seixal e Moita, que fizeram parecer negativo. Mas isto não é uma posição nova da CDU. A CDU já em 2017 se manifestava contra o aeroporto. É legitimo que tenha essa posição, mas acho que as pessoas têm de avaliar se essa posição é a correta e se serve o interesse das populações.

Uma infraestrutura destas vai dar uma grande visibilidade ao presidente da Câmara do Montijo, como é obvio, mas a nossa política não é só o aeroporto. Continuamos a ter um crescimento assinalável de pessoas a querer viver cá, e não é por causa do aeroporto. É porque a cidade do Montijo é de qualidade.

“Continuamos a ter um crescimento assinalável de pessoas a querer viver cá, e não é por causa do aeroporto. É porque a cidade do Montijo é de qualidade”

Depois da pandemia vai aumentar o volume turístico, vai haver interesse. Portugal tem de se posicionar, de uma forma muito clara, para esse fluxo. Tivemos há 100 anos uma outra pandemia, que foi a gripe espanhola, e depois ocorreram os loucos anos 20. O “boom” que se deu teve tudo a ver com o facto de sairmos de uma primeira guerra mundial com uma mortalidade altíssima, e depois levarmos com uma pandemia. Vai acontecer outra vez, depois desta fase.

Como estão as relações com a oposição?

Temos uma oposição que não é muito capaz de apresentar ideias. Aliás, não apresentou uma única ideia ao logo deste mandato. Não consegue discutir na base de uma determinada situação e factos concretos qualquer questão que ache relevante para a cidade.

Lamento isso. A oposição opta muito por fazer ataques pessoais, e é claro que temos de nos defender. Procuram dizer que o executivo não é capaz, quando nós temos cumprido os compromissos com os eleitores. Acho que é uma oposição morta por isso, sem ideias. Não é por acaso que as pessoas votam maioritariamente em nós, e porventura desta vez ainda deverão votar menos nas oposições.

“Aqui só criticam ideias, não apresentam nada e optam por ataques pessoais”

As pessoas são cada vez mais fracas no ponto de vista político e pouco conhecedoras da matéria. Estamos a encarar esse problema na democracia e que ninguém está a querer ver: a degradação dos políticos das autarquias. É mau para o Montijo não ter uma oposição forte, porque nesse caso nós até poderíamos “dar a mão à palmatória” e dar razão aos outros. As autarquias são geridas assim e quantas mais ideias existirem, melhor. Aqui só criticam ideias, não apresentam nada e optam por ataques pessoais.

Vai recandidatar-se?

Sim. O Partido Socialista já apresentou a nível nacional uma situação que todos os que são atualmente presidentes de Câmara pelo PS serão recandidatos. Insiro-me dentro dessa estratégia a nível nacional e regional.

Regionalmente já decidimos que todos os autarcas que são hoje presidentes de Câmara vão ser recandidatos. Em breve vamos anunciar oficialmente.

Que mensagem quer deixar aos munícipes?

É importante que as pessoas pensem que mesmo com esta pandemia e com estas circunstâncias todas, vamos ter um horizonte de esperança. Esse horizonte passa muito pela vacinação, pelas pessoas aceitarem ser vacinadas e que acreditem que a vacina é melhor do que terem a doença.

“Desejo uma participação ativa no próximo ato eleitoral, porque vai ser decisivo para o nosso futuro”

Acreditem que o Montijo continuará a ser um concelho com uma grande importância na região de Lisboa e na península de Setúbal. Iremos continuar a cumprir todos os compromissos que assumimos com os montijenses, a manter as contas em ordem e a procurar, sempre que possível, baixar os impostos.

Espero que as pessoas participem no próximo período eleitoral, e mesmo que tenham maior ou menor desinteresse por um ou outro candidato, que não os leve a desmobilizar e a pensar que está ganho. Desejo uma participação ativa no próximo ato eleitoral, porque vai ser decisivo para o nosso futuro.

Pode ler a primeira parte da entrevista aqui:


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