Opinião

MONTIJO | MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL PRECISA-SE

As opiniões expressas neste artigo são pessoais e vinculam apenas e somente o seu autor.

Montijo tendo um traçado geométrico regular com ruas direitas e perpendiculares, formando entre si ângulos rectos, apresenta uma morfologia própria com uma Planta Ortogonal bem caracterizada.

Este tipo de traçado no miolo urbano, com acessibilidades curtas e já de inúmeras vias de Trânsito de Sentido Único, o que protege os peões, mas ninguém dá por isso, entre outras causas, tem sido um factor que tem privilegiado o uso do automóvel privado, o que pode ser explicado.

Acontece, no entanto, que o sistema de transportes, em Montijo, tem sofrido ao longo do tempo uma evolução sinuosa, sobressaindo a descoordenação dos múltiplos agentes que intervêm no planeamento e gestão do sistema, a desarticulação mesmo entre os diferentes modos de transporte, as dificuldades de mobilidade, pelos mais variados motivos e, um congestionamento crescente da urbe devido ao aumento de utilização do transporte individual.

Os transportes ditos urbanos em Montijo, de percursos incaracterísticos (com algumas falhas de informação) e demorados, são atualmente ainda, em parte, descoordenados, face do movimento pendular das pessoas, sendo difícil de compreender, por tudo isto, a longa ausência de debates e ainda, a inexistência de uma autoridade citadina permanente de transportes, que entre outros acompanhamentos, ateste os índices de regularidade e pontualidade.

Um dos fatores relevantes para um desenvolvimento sustentado da cidade de Montijo, será sem dúvida alguma a intermodalidade e a mobilidade, tendo em consideração a necessidade de promover-se o aumento da velocidade comercial de exploração, a gestão diferenciada das capacidades viárias e fluviais e a melhoria, sempre constante, da acessibilidade dos utentes à rede.

Por outro lado, as perspectivas de financiamento do transporte público de passageiros, apontando para um sistema tarifário intermodal, deveria ter uma comparticipação mais equilibrada, nesta cidade em que se privilegia as linhas de transporte independentes, em detrimento de uma conjugação que se queria eficaz e consertada.

Nos últimos anos, o parque automóvel utilizador do perímetro da cidade de Montijo, teve um crescimento muito acentuado e, continua a crescer. Para este aumento significativo e algo preocupante mesmo, contribuíram os seguintes fatores:

– A Ponte Vasco da Gama – O desenvolvimento urbano do Concelho – O progressivo afastamento entre os centros produtores e consumidores – O afastamento entre a residência e o local de trabalho – A ainda deficiente rede de transportes públicos (rodoviários e fluviais) – O status social.

Garantir a mobilidade urbana é proporcionar maior fluidez ao espaço urbano e tornar a cidade mais acessível àqueles que a habitam, assegurando uma melhor qualidade de vida à população.

Também não deverá ser deixado fora de questão os tão necessários como imprescindíveis, planos de investimento e estudos exaustivos de mobilidade, refletindo a necessidade de se assegurar a articulação nos sectores dos transportes rodoviários dito urbanos e de longo curso e os marítimos costeiros, ditos fluviais, e das vias de comunicação de âmbito citadino / periférico e residencial / local.

Torna-se cada vez mais importante, acabar com a ditadura do automóvel, na cidade. E, para que tal deve ser possível, torna-se necessário criar uma malha de transportes públicos com ligações múltiplas.

Para complementar, o núcleo histórico citadino, deveria ser contemplado progressivamente, com o alargamento de parquímetros, os tão “odiados”, mas de eficácia absoluta, não essencialmente nas áreas de comércio e serviços, mas e também nas periferias adjacentes diretas, preferencialmente nos enlaces ao centro histórico, com tarifas “simpáticas” para os estacionamentos de ocasião. Contrariamente ao que se possa supor, um sistema articulado de parquímetros só aumentará o estacionamento e nunca o contrário.

Contudo, e aqui à atenção da Carris Metropolitana (de quem a gere), as exigências que crescerão em termos de deslocação, poderão relançar os transportes públicos, que provocam menores danos ambientais e permitirão, assim, descongestionar as áreas urbanas do tráfego rodoviário privado.

Já os transportes fluviais, nomeadamente a Transtejo, com a manifesta ausência de

condições operacionais no serviço que devia prestar, nunca foi tão reduzido, empurrando os utentes“ borda fora”. Sem a frota dos navios eléctricos ainda a funcionar em“ pleno”, o que se espera possa acontecer, mas não se sabe quando é, sem uma coordenação de escalas nas travessias fluviais, entre as duas margens, será sempre mais do mesmo… a ver passar os barcos!

Há muito trabalho a fazer, começando pela diversificação dos modos de transporte utilizados (autocarro, barco, bicicleta e carro). A flexibilização dos horários das actividades e serviços urbanos, evitando sobrecarga no trânsito e formação de congestionamentos, é fundamental, entre outras ações a serem levadas a efeito.

Mas para que os potenciais utentes, entre outros, dos transportes públicos rodoviários, sejam eles de longo curso ou urbanos, sejam mesmo os marítimos costeiros, com todas as implicações negativas, considerem que vale a pena trocar o transporte privado pelo público, e aí vai mesmo ser necessário melhorar significativamente as condições atuais de transporte e considerar cada meio como parte integrante de uma cadeia multimodal de deslocação, ou seja, é necessário definir o conceito de complementaridade, para garantir as condições adequadas de acesso e mobilidade, com regras adequadas, recorrendo-se para isso a um

Plano, para uma MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL!


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