Isabel Camarinha anuncia saída da CGTP
A primeira mulher secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, anunciou que deixa o cargo no sábado, após um mandato em que enfrentou a pandemia de covid19, duas dissoluções parlamentares, guerra e inflação.
Isabel Camarinha tomou posse em fevereiro de 2020, substituindo Arménio Carlos, e após um percurso de mais de 30 anos como dirigente sindical no Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP), ao qual pretende agora regressar.
A secretária-geral da CGTP vai deixar a direção da intersindical no próximo congresso, que se realiza na sexta-feira e no sábado, no Seixal.
«Todos os mandatos têm as suas dificuldades, até porque a vida dos trabalhadores, toda esta realidade da exploração dos trabalhadores obriga sempre a uma grande intervenção, uma grande ação por parte dos sindicatos da CGTP, mas este mandato, de facto, teve algumas características diferentes de qualquer outro», disse Isabel Camarinha em entrevista à Lusa.
«Estou ainda a ver o que é que vou fazer a seguir, mas uma coisa é certa, vou continuar a trabalhar, a ser dirigente sindical. Eu sou da direção do meu sindicato, vou continuar a agir, a intervir, a lutar no quadro desta central sindical, deste movimento sindical unitário, que é onde eu me revejo e onde sinto que posso ainda dar o meu contributo», referiu.
Isabel Camarinha tem 63 anos, e é técnica administrativa no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) tendo trabalhado desde 1981 também noutras estruturas sindicais.
«Foi uma vida dedicada aos trabalhadores e à defesa dos seus direitos e interesses», realçou a sindicalista à Lusa.
Membro do PCP, Isabel Camarinha foi candidata a deputada pela CDU nas últimas eleições legislativas, em oitavo lugar da lista por Lisboa e também foi candidata às eleições europeias em 13.º lugar.
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