Fátima: recinto “vazio, mas não deserto”
As celebrações do 12 e 13 de maio deste ano foram inéditas, sem peregrinos no recinto do santuário de Fátima. Rezou-se o terço, como habitualmente em várias línguas na Capelinha das Aparições, com a presença de menos de 30 pessoas que cumpriam o distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde.
Pouco depois das 22h00, a imagem de Nossa Senhora de Fátima saiu do seu lugar, na coluna de mármore que marca o local exato onde estava a pequena azinheira onde a Virgem terá aparecido aos Pastorinhos, e foi colocada no andor.
Teve assim início a tradicional procissão das velas. Mil velas foram colocadas no recinto, a simbolizar todos os peregrinos. A integrar a procissão, diante da imagem de Nossa Senhora, 21 pessoas caminhavam com as velas, simbolizando as 21 dioceses de Portugal.
No Altar do Recinto houve uma celebração, durante a qual D. António Marto disse que esta noite era “estranha, diferente daquelas noites, autênticos mares de luz”. E acrescentou: “O recinto do Santuário está vazio, mas não deserto”, porque “estaremos todos espiritualmente aqui como Igreja, com o coração cheio de fé”.
O bispo de Fátima agradeceu ainda aos profissionais de saúde e todos os trabalhadores que “não se poupam a sacrifícios”, desde padres, pessoal dos transportes, limpeza e restauração/alimentação.
Após as palavras de D. António Marto, houve um simbólico gesto de lava-pés a três peregrinos, simbolizando o serviço de Lava-pés do Santuário, serviço de acolhimento prestado habitualmente para cuidar dos pés dos peregrinos que caminham dias inteiros até este lugar.
O final das celebrações da noite, como de costume, ficou marcada pela habitual “procissão do silêncio”: o retorno do andor à Capelinha, sem canto, em silêncio e, desta vez, sem devotos a acompanhar fisicamente a Virgem de Fátima.
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