Essas p**** das brasileiras
Os preconceitos existem para tornar o mundo mais seguro. Arrumamos os outros em caixinhas, com o objetivo de os podermos controlar melhor e de tentarmos prever o seu comportamento.
Os preconceitos em Portugal estarão enraizados em uma moral judaico-cristã, no machismo e no patriarcado. São também salpicados pela história mais recente, por uma visão castradora da sexualidade feminina e de uma mentalidade, ainda, de colonizador.
Em traços largos, será este o enquadramento para a forma como, infelizmente, muitas portuguesas e portugueses olham as brasileiras residentes em Portugal.
Ser brasileira em Portugal, é desafiar estes preconceitos. É lidar, com muita frequência, com olhares depreciativos e atitudes de discriminação em todos os sistemas, do escolar, ao laboral, passando pelo social. É enfrentar preconceitos sobre a sua cultura, formação académica e a sua moral.
Para muitos portugueses e portuguesas, uma brasileira é um sinal de perigo. Por ser demasiado libertina, demasiado bonita e, certamente, estar à procura de um homem para a sustentar e ficar a residir no país.
A crónica desta semana pretende constituir uma denúncia desta situação! Ser um grito de alerta contra a discriminação de que é vítima a mulher brasileira e que condiciona a sua saúde mental e a possibilidade de uma vida digna!
Eu tenho dupla nacionalidade: portuguesa, de há séculos, e brasileira, de nascimento. Ter um nome que facilmente se associa ao Brasil, tem sido um fator de discriminação. Ao longo de mais de 20 anos de carreira, têm sido inúmeras as perguntas sobre a minha nacionalidade e evidente o alívio perante a ausência de um sotaque.
Desenganem-se os que não sabiam: (Também) sou brasileira com tanto, mas tanto, orgulho! E lutarei sempre por um mundo mais justo e mais livre de preconceitos!
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