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Enfermeiros do Hospital Garcia de Orta ‘exaustos e desmotivados’ exigem respostas

Os enfermeiros do Hospital Garcia de Orta, Almada, denunciaram num protesto a «situação de exaustão e desmotivação» em que se encontram, face ao aumento do volume de trabalho e ao «não pagamento de 20 mil horas de trabalho extraordinário».

À agência Lusa Zoraima Prado, do Sindicato dos Enfermeiros, explicou que o objectivo do protesto «são os níveis de exaustão a que os enfermeiros e as enfermeiras estão sujeitos» lembrando que o volume de trabalho, incluindo o trabalho extraordinário, daqueles profissionais de saúde tem vindo a aumentar desde o início da pandemia de covid-19.

«Sabemos que o desbloqueamento das progressões de carreira está mais na esfera de decisão do Governo, mas as instituições podem dar um sinal a esse nível. E o Garcia de Orta não tem dado. Pelo contrário, tem criado mais constrangimentos, como é o caso do sistema de gestão de horários, e tem tido atitudes que efetivamente têm desmotivado muitas pessoas, como é o caso de não reconhecer como ‘relevante’ o seu desempenho nos anos de pandemia.»

Zoraima Prado denunciou a situação dos enfermeiros, que culminou com uma deslocação ao Conselho de Administração da unidade para a entrega de um documento com um conjunto de reivindicações relacionadas com o alegado não pagamento do trabalho extraordinário, gozo de dias de tolerância e feriados.

Segundo a sindicalistas, os enfermeiros exigem que o Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta tenha «uma atitude de valorização para com os seus trabalhadores e também que esclareça algumas questões em termos de horas que desapareceram e feriados que não são contados», situações que considera não ajudarem a melhorar «o clima já altamente desfavorável à fixação de enfermeiros nesta unidade de saúde, depois de terem sido pedidos alguns esforços [devido à pandemia] e fizeram-se, porque eram necessários.

Mas verifica-se que nada foi feito para que esse esforço, que se pediu inicialmente, pudesse depois ser minimamente reduzido. Antes pelo contrário, neste momento estamos naquilo que é a pior fase da doença respiratória aguda – a fase de inverno é sempre pior, temos sempre mais doentes com este tipo de patologia – e nada foi feito no sentido de acautelar esta fase.»

A sindicalista lembrou ainda que no Serviço de Urgência, «neste momento com 81 enfermeiros – já foram mais de 100 –, sabemos que só este mês vão sair mais três. Relativamente àquilo que é o trabalho extraordinário que é pedido – e sem contar com a saída desses três enfermeiros -, são 205 turnos extraordinários no Serviço de Urgência.

No Serviço de Pneumocovid, que é o serviço direcionado para a resposta covid, temos menos de 30 enfermeiros a trabalhar e temos mais de 100 turnos extraordinários no horário.»


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