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Cerca de 1.500 crianças desaparecem, por ano, em Portugal

Os dados foram divulgados na conferência “Crianças desaparecidas e Exploradas Sexualmente”, realizada esta manhã pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC).

O Instituto de Apoio à Criança (IAC) dedicou o dia 25 de maio, Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, para alertar para os casos de desaparecimento e abuso sexual infantil. A conferência “Crianças desaparecidas e Exploradas Sexualmente” foi transmitida através da página de Facebook da instituição.

Um problema existente em todo o globo e que não pode ser resolvido sem que exista denúncia. Dulce Rocha, Presidente de Direção do IAC, salienta inclusive que “as fugas das crianças continuam a ser pouco comunicadas”, sendo que, “os números fornecidos pela Polícia Judiciária demonstram que 1.500 crianças desaparecem de casa, por ano, em Portugal. É um número muito mais elevado do que os que são participados às linhas de ajuda”, explica.

O problema não é apenas a nível nacional e o painel presente identificou o crescente fluxo migratório como potenciador do aumento de crimes praticados contra crianças.

Susana Amador, deputada da Assembleia da República, reforça que existem “80 milhões de pessoas deslocadas, sendo que, 30 milhões são crianças e adolescentes”. Os motivos que levam os menores a abandonar a sua casa estão dependentes do que o futuro lhes reserva, sendo que, “no caso das meninas, é a necessidade de fuga a casamentos forçados, a mutilação genital feminina e, no caso dos rapazes, a procura de uma melhor qualidade de vida e a fuga ao recrutamento militar forçado”, conta.

A deputada apela a uma maior colaboração internacional na denúncia destas situações e no acolhimento de crianças em situações de risco, identificando Portugal como o “sexto país que mais refugiados recebeu ao longo do Programa de Recolocação”.

A divulgação de abusos sexuais a menores na internet não deixou de ser referida por José Magalhães, deputado da Assembleia da República, que considera ser um “fenómeno imune às fronteiras físicas existentes”. A falta de condenação dos violadores e a questão pandémica são fatores apontados pelo deputado que explicam o aumento de abusos.

Nas palavras de José Magalhães, as soluções apresentadas passam por definir “armas tecnológicas concretas” que possam fazer mais pelas crianças, além de “bloquear websites pornográficos” e “responsabilizar penalmente” os praticantes dos crimes.

Há cerca de 20 anos que o IAC assinala o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, realizando webinars com personalidades da área e campanhas de sensibilização junto do público e autoridades competentes. A sua mais recente colaboração com a Associação Portuguesa das Crianças Desaparecidas (APCD) procura identificar mais facilmente crianças em risco e proporcionar-lhes melhores condições de vida. 


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