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Autoeuropa acelera 4% ao dia na produção

O pedido para mais “esforço” foi feito pelo diretor-geral da fábrica de Palmela aos trabalhadores.

Depois de dois meses de paragem na fábrica da Autoeuropa, na Quinta do Anjo, em Palmela, e de centenas de despedimentos em todo o parque industrial da Autoeuropa, agora foi a vez do diretor-geral da empresa em Portugal pedir aos trabalhadores um “esforço extra” com notícia a edição digital do Jornal Económico.

Este pedido é para recuperar a produção da fábrica após parar por falta de componentes interrompida pelo fornecedor da Eslovénia e que obrigou a empresa a parar com a produção do T-Roc.

A empresa da Volkswagen arrancará com a produção a 100% já na próxima segunda-feira (23), dia em que os 19 turnos semanais são repostos depois da falta de peças e da empresa ter encontrada novos fornecedores em Espanha e na China. A meta dos 934 automóveis produzidos em Palmela diariamente só será atingida a partir do próximo mês.

Num vídeo publicado pela empresa onde se consegue ouvir Thomas Hegel – Gunther a dizer: “Agora é tempo de olharmos para o futuro com confiança e determinação, com o final do ano aproximando-se rapidamente. Temos metas importantes a atingir e isso não será alcançado sem esforços adicionais”, prosseguindo “Eu sei que já deste o teu melhor, agora é hora de juntos irmos mais longe. Nas próximas semanas teremos de fazer um esforço extra. O sucesso comercial do nosso T-Roc continua a ser uma realidade, o que significa que teremos pedidos adicionais de clientes. Não podermos esquecer que nós como Volkswagen Autoeuropa estamos numa situação privilegiada comparando com outras fábricas do Grupo Volkswagen”.

A meta da empresa em Portugal para este ano seria de 236 mil unidades, mas com as paragens forçada a fazer, a Autoeuropa fica impedida de atingir essa meta.

Antes de agosto e antes da paragem por falta de peças, a Autoeuropa já tinha produzido mais de 157 mil viaturas. O objetivo da empresa passa por produzir 934 veículos diários já a partir do dia 6 de novembro, segundo informação da Comissão de Trabalhadores (CT). Para esta produção, a linha de montagem do T-Roc terá que produzir cerca de 4% diariamente face ao que acontecia antes da paragem, nessa altura a empresa produzia cerca de 900 unidades, nos três turnos diários e em dias úteis.

Para poderem ser cumpridas as metas e o esforço que agora o diretor-geral da empresa já pediu aos trabalhadores, a Autoeuropa vai ter que acrescentar 32 trabalhadores aos quatro turnos na área de montagem, abrindo várias estações, segundo o CT, que está preocupado com o aumento do volume de produção que irá sobrecarregar os trabalhadores.

Thomas Hegel-Gunther acrescentou na sua comunicação aos trabalhadores que “olhando agora para o calendário de 2023, há oportunidades que podem ser aproveitadas para reduzir de forma muito significativa o impacto desta última paragem. Compreendemos o sacrifício que isso implicará, mas cada hora adicional de trabalho, cada turno extra, cada unidade produzida é um passo para a recuperação”, para o diretor-geral da Autoeuropa só o esforço de todos poderá fazer o modelo produzido em Palmela ficar no topo das preferências dos clientes europeus.

Sindicatos alertam para o “esforço adicional”

Depois do pedido do diretor-geral, os sindicatos colocaram-se em ação, o SITE Sul, sindicato afeto à CGTP, já fez saber que um esforço adicional poderá afetar a vida e a saúde dos trabalhadores, como também aumentar as doenças profissionais: “Os trabalhadores devem estar atentos aos aumentos das cargas e ritmos de trabalho e denunciar situações que consideram abusivas”, diz o comunicado divulgado esta semana pelo SITE Sul.


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