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As condições de precariedade aumentam no Bairro do 2º Torrão

Ontem no Bairro do 2º Torrão em Almada, ocorreu um desabamento numa vala de escoamento na zona habitacional da Trafaria

Este desabamento poderá gerar vários problemas humanitários, visto que o bairro do 2º Torrão alberga mais de 3 mil pessoas. A zona habitacional surgiu há 40 anos atrás de forma ilegal e até aos dias de hoje os habitantes continuam a viver em condições precárias, tal como a Agência Lusa reporta.

Durante a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Almada, a presidente Inês Medeiros afirmou “hoje mesmo tivemos um desabamento no primeiro dia de chuva, o que significa que os relatórios da proteção civil estavam certos”.

A presidente e sublinhou ainda que o bairro apresenta fragilidades ambientais para a sua continuação. Mencionando ainda que um sítio propício a desabamentos não deverá ter habitações.

Inês Medeiros realçou que a “a câmara tudo fez e continuará a fazer para salvaguardar a vida, o bem-estar e a integridade física das pessoas” e alertou para o facto que “neste momento há casas com moradores em duplo risco, devido à fragilidade da vala, e porque em muitos casos perderam a sustentação à volta da habitação.”

A presidente deixou também a pergunta “Se acontecer alguma coisa quero saber quem é que se vai responsabilizar pela vida e pela integridade física dessas pessoas?”.

À qual respondeu prontamente dizendo que “não é a câmara, porque a mesma proporcionou a todos os moradores uma solução de realojamento”, e ainda avisou “quem anda a instigar as pessoas para não saírem de uma situação de risco é responsável nem que seja moralmente por tudo o que vier a acontecer.”

No decorrer da reunião alguns moradores, munícipes e defensores dos habitantes do 2º Torrão criticaram a conduta da CMA.

Um morador do 2º Torrão afirmou durante a sessão que o seu realojamento foi negado e afirmou que “a câmara diz que eu não tenho direito porque estou ilegal”, porém o indivíduo contrapõe a afirmação da CMA ao argumentar que “o código 89 diz que o cidadão tem manifestação de interesse não é ilegal”. O morador referiu ainda que a câmara cortou a água e a luz durante a operação de desmantelamento do bairro.

A insatisfação dos habitantes do 2º Torrão começou a acentuar-se quando a Câmara Municipal de Almada a dia 30 de outubro decidiu iniciar o desmantelamento de habitações junto ao Rio Tejo, devido a preocupações ambientais. No entanto, esta ação deixou vários habitantes desalojados e sem soluções habitacionais, por não serem considerados elegíveis para o realojamento.

Em defesa dos direitos dos habitantes da zona precária da Trafaria, um munícipe afirmou que “o desalojamento no 2º Torrão nasceu torto e nunca se endireitou, o risco real existente exigia respostas competentes, e são já várias as incongruências entre o que a câmara diz e a realidade.”


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