Opinião

A IA como arma política

É sabido que informação é poder. E também é sabido que quem “governa” é a fonte de informação “oficial”. E esta informação é sempre no sentido de perpetuar no tempo a percepção de que quem governa é melhor do que quem se lhe opõem e que apenas por si se obtém a verdade.

Esta dinâmica político-social é veículada habitualmente através dos meios de comunicação social que difundem comunicados oficiais, estudos governamentais, entrevistas, declarações etc.

No entanto, a coisa está a mudar e de forma bastante célere através do desenvolvimento da inteligência artificial interactiva. Há apenas escassos meses que foram lançados as primeiras chat box de IA e é assombroso o desenvolvimento que tiveram em tão pouco tempo.

Se ao início as respostas e interacções eram previsíveis e o encadeamento da conversa ritmado por citações de fontes bibliográficas aleatórias o que fazia que se tivesse plena sensação de que não se tratava de uma conversa orgânica, passamos agora para um nível bem diferente…

Embora ainda seja possível encontrar os “limites” do algoritmo, eles são cada vez mais surpreendentes.

Desafio-vos a fazer o exercício de “debater” com o algoritmo um tópico político-social controverso. Por exemplo sobre a ideologia de género, imigração, religião…

Para se conseguir perceber os limites da “conversa” e fazer a IA entrar em repetição é preciso alguma capacidade argumentativa e é impressionante a carga ideológica que está imbuída no algoritmo.

É verdade. A IA está a ser formatada para defender e difundir as ideologias de esquerda, liberais e progressistas!

Sendo uma poderosa ferramenta de divulgação de informação (supostamente verdadeira) e sendo vista por muitos quase como um oráculo infalível, é preocupante a parcialidade com que debita “verdades” sobre as mais diversas matérias. Muitas delas controversas.

É portanto, importante ter em mente esta nova ameaça ao pensamento livre e dissonante dos poderes vigentes. Ameaça esta que se encontra em franca expansão a nível global e que tão facilmente está a ser acolhida na sociedade.

A capacidade de influenciar a sociedade civil através de informação manietada ou parcial já não está circunscrita à capacidade da comunicação social e governos, mas antes de forma homogénea, concertada e global através desta nova arma de propaganda político-ideológica.

Dito isto vale a pena ressalvar também que as redes sociais passarão a ser cada vez mais conotadas como um fonte de informação imprecisa e não validada, logo pouco confiável e a difusão de informação por essa via será cada vez menos efectiva. A IA assumir-se-á como “A” fonte fidedigna.

Bruno Pires, Coordenador do núcleo concelhio de Palmela


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