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Seixal | ‘Não nos atiram poeira para os olhos’ garante autarca sobre projecto do Metro Sul do Tejo

“A população do concelho do Seixal não se conforma nem se conformará em continuar a aguardar por projectos na gaveta há mais de vinte anos” alertou Paula Guimarães, representante do grupo de cidadãos que organizou o cordão humano que exige ao Governo a conclusão da 2.ª e da 3.ª fase do Metro Sul do Tejo.

Sob a ameaça de chuva, cerca de quarenta munícipes e autarcas marcharam desde a Cruz de Pau até ao Jardim do Fogueteiro, na Amora, reivindicando a conclusão da obra do Metro Sul do Tejo nos troços Corroios-Fogueteiro e a ligação ao cais fluvial no Seixal, bem como a posterior passagem para o Barreiro com término no apeadeiro do Lavradio.

“Esta reivindicação é justa e oportuna porque a obra peca por tardia. Esperamos há vinte anos pela sua conclusão, e só temos recebido promessas vãs e oportunistas. A população do Seixal não se conforma com este estado de coisas”, frisou Paula Guimarães na intervenção que ocorreu depois no Jardim do Fogueteiro, acompanhada pelo Diário do Distrito, o único órgão de comunicação social presente.

A reivindicação pela obra centra-se na necessidade de “uma mobilidade mais verde, mais rápida e mais cómoda, que proporcionará regalias que outros meios de transporte não nos oferecem”.

Na sua intervenção Nelson Ramos, do executivo da Junta de Freguesia de Amora, destacou “o descontentamento e frustração que o atraso do prolongamento do Metro Sul do Tejo tem trazido para todos nós. É lamentável que mesmo com tantas promessas e expectativas, continuemos a enfrentar os atrasos e os obstáculos de sempre.”

Relembrando o protocolo assinado em 1995 “para o desenvolvimento do Metropolitano Ligeiro da Margem Sul do Tejo, que devia ter sido estendido até à estação de Foros de Amora”, Nelson Ramos enumerou também “as inúmeras vantagens deste meio de transporte”.

Apesar destas, “esta opção tem sido inúmeras vezes adiada de forma inexplicável, sem respeito pelas necessidades e bem-estar da população que depende dos transportes públicos.

As razões para este atraso têm tido vários argumentos, mas no nosso entender trata-se apenas de falta de vontade política dos sucessivos governos. Não podemos mais tolerar este tempo de espera, que tem um custo elevado. É chegada a hora de exigir do Governo ação, que sejam estabelecidos prazos e realistas e exista um compromisso político claro.”

‘Há descriminação da população da Margem Sul do Tejo’

A terminar as intervenções, Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, elogiou “a simbiose entre a população, a autarquia e movimento associativo na luta pelas várias exigências, no caso o Metro Sul do Tejo, mas também pelo Hospital no Seixal, para o qual temos já marcada uma iniciativa para o próximo sábado”.

O autarca fez um curto historial da “luta pelo Metro Sul do Tejo que é antiga, data de 1985, quando a Câmara Municipal do Seixal começou a reivindicar um meio de transporte célere que fizesse a ligação do Arco Ribeirinho Sul. Fizemo-lo de início com a autarquia de Almada, e depois juntaram-se as Câmaras do Barreiro e da Moita.

Em 1995 foi assinado o protocolo entre as quatro autarquias e o Governo, o qual previa que toda a 1.ª Fase estaria concluída em 1999. Todavia os atrasos sucederam-se e as obras de construção apenas arrancaram em 2002 e ficaram concluídas em 2007. As fases seguintes ficaram suspensas, o que é inexplicável, sobretudo porque com mais um pequeno troço, o MST chegaria à freguesia de Amora e passaria a servir mais 50 mil habitantes.”

Paulo Silva referiu ainda a visita de António Costa ao distrito de Setúbal, em Março, “altura em que anunciou pomposamente que, finalmente, iria avançar a 2.ª e 3.ª fase do MST, construindo ainda a Ponte Seixal-Barreiro.

Todavia, a resolução que saiu do Conselho de Ministros em Maio, remete o processo para «um estudo da viabilidade técnico-jurídica-financeira da expansão do MST», o que não é a mesma coisa de avançar com a construção.

Parece que estão a querer mandar-nos poeira para os olhos. Em vinte anos houve mais do que tempo para estudar essa viabilidade.”

Perante a posição do Governo, Paulo Silva considerou ser “esta atitude ainda mais estranha quando vemos o avanço de outras obras semelhantes, com projectos bem mais recentes como Braga, Coimbra e Leiria, que já estão a avançar com calendarizações ou com obra, enquanto o MST continua parado” e acusa o Governo de fazer “uma descriminação da população da Margem Sul do Tejo, que não podemos aceitar.

E não nos vão conseguir vencer pelo cansaço de esperar. A população do concelho do Seixal é moldada pelo aço da sua Siderurgia e não verga.”


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