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Fado ao Ar Livre em Setúbal

A iniciativa «Cultura em Movimento» voltou a Setúbal. No evento, que estará acessível até setembro, um dos atrativos é «Fado ao Livre», várias atuações que vão contar com os fadistas Ramiro Costa, Maria Caetano e Inês Pereira, acompanhados de Fernanda Maciel (guitarra portuguesa) e Vítor Pereira (viola de fado).

Na 4.ª edição do evento, vão constar ainda mais de 50 eventos de dança, cinema, teatro e música ao ar livre. A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Setúbal e as juntas de freguesia do concelho. Várias entidades culturais locais também assumem o compromisso de desenvolver uma programação ao ar livre, grátis e para todas as faixas etárias.

O fado é o principal estilo musical português. Começou como canção popular urbana e, desenvolveu-se sobretudo a partir da capital, Lisboa, no final do século XIX. Geralmente é cantado por uma só pessoa (fadista) acompanhado por uma guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e ainda uma guitarra portuguesa. O fado foi elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO numa declaração aprovada no VI Comité Intergovernamental desta organização internacional, realizado em Bali, na Indonésia, entre 22 e 29 de novembro de 2011.

O vocábulo fado provém do latim fatum, que significa «destino». Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos mouros.

No entanto, essa explicação não está inteiramente comprovada. Apesar de não existirem registos do fado até ao início do século XIX, era conhecido no Algarve, último reduto dos árabes em Portugal, em 1249, e na Andaluzia, onde os árabes permaneceram até aos finais do século XV.

Especialistas musicais defendem a tese de que o fado terá nascido no Brasil e terá sido levado para Portugal, no século XIX, após a ameaça das invasões da França de Napoleão Bonaparte.

No entanto, o fado só passou a ser conhecido depois de 1840, nas ruas de Lisboa. Nessa época só o fado do marinheiro era conhecido, e era, tal como as cantigas de levantar ferro, as cantigas das fainas, ou a cantiga do degredado, cantado pelos marinheiros na proa do navio. O fado mais antigo é o fado do marinheiro, e é este fado que vai se tornar o modelo de todos os outros géneros de fado que mais tarde surgiriam como o fado corrido que surgiu a seguir e depois deste o fado da cotovia. E com o fado surgiram os fadistas, com os seus modos característicos de se vestirem, as suas atitudes não convencionais, desafiadoras por vezes, que se viam em frequentes contendas com grupos rivais. Um fadista, ou faia, de 1840 seria reconhecido pela sua maneira de trajar.

Na primeira metade do século XX, já em Portugal, o fado foi a adquirir grande riqueza melódica e complexidade rítmica, tornando-se mais literário e artístico. Os versos populares foram substituídos por uns mais elaborados.

Durante as décadas de 1930 e 1940, o cinema, o teatro e a rádio ajudaram a projetar este género musical para o grande público, tornando-o mais comercial. A figura do fadista era agora de um artista. Esta foi a época de ouro do fado, onde os tocadores e cantores largavam as vielas e recantos escondidos para brilharem nos palcos do teatro, nas luzes do cinema e para serem ouvidos na rádio ou em discos.

Surgiram então as Casas de Fado e com elas o lançamento dos artistas de fado profissional. Para se poder cantar nestas casas era necessária carteira profissional e um repertório visado pela Comissão de Censura (durante o Estado Novo), bem como, um estilo próprio e boa aparência. As casas proporcionavam também um ambiente de convívio e o aparecimento de letristas, compositores e intérpretes.

Já em meados do século XX, o fado iniciou a sua conquista pelo mundo, tornando-se muito famoso também fora de Portugal.

Alguns dos nomes mais lendários do fado em Portugal, são: Amália Rodrigues (considerada por muitos, a melhor fadista de todos os tempos), Camané, Mariza, Dulce Pontes, Carlos do Carmo e Ana Moura.


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