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Banco Alimentar de Setúbal teve “pico” de pedidos de ajuda na pandemia

Viveram-se tempos difíceis que alcançaram todas as partes do mundo inesperadamente. Uma pandemia avassalou e derrubou direitos que foram, em muitos sítios, tidos como garantidos e, para o bem global, medidas foram tomadas e a população foi obrigada a seguir regras rígidas, mas necessárias.

Ao longo de dois anos, muito se aprendeu, ao mesmo passo que também várias coisas se foram perdendo. Muitas pessoas ficaram sem emprego, sem trabalho, sem meios de sustento e, no limite e pior dos cenários, sem pessoas queridas para poder abraçar.

Nesta fase, na pior fase da pandemia, que, decerto, se prolongou em muitos casos até aos dias de hoje, muita gente viu-se obrigada a pedir ajuda, e, aí, começaram a chegar exponencialmente vários pedidos de auxílio às instituições que têm na sua essência esse mesmo fim.

Pedro Cunha é o presidente do Banco Alimentar de Setúbal e esteve a falar com o Diário do Distrito. O intuito da entrevista era perceber o impacto que a inflação tinha dito na procura de ajuda, mas também na ajuda que chegava de todos os que queriam fazer doações.

A resposta, não tardou a chegar, e foi bastante direta – o pior, não foi a inflação, porque desde o surgimento da covid-19, embora com menos impacto e com menos afluência, os pedidos não param de chegar.

No que toca à inflação, que continua a agravar-se diariamente, o presidente da instituição mostrou-se surpreendido com a adesão que toda a população continua a ter na ajuda que fornecem, principalmente nas campanhas anuais, referindo já saber “que as pessoas são muito boas, mas revelaram-se ser espetaculares”, desabafou com semblante emocionado, rematando com a certeza de que o Banco Alimentar “tudo fez para ajudar” e a consciência está “descansada” dia e noite nesse sentido.

Pedro Cunha acrescenta e conclui com a proposta de que todos podem ser voluntários e colaborar nesta causa, de solidariedade social, entreajuda e partilha, que fornece e recolhe ao longo do ano toneladas de alimentos que são distribuídos às instituições portuguesas.

Em maio de 2020, no início da pandemia, o Banco Alimentar partilhou a frase: “Se uma rua vazia impressiona, imagine um prato vazio todos os dias”. As ruas já têm pessoas a circular, mas muitos pratos continuam vazios e sem comida para comer.


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