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AMORA – ‘É extraordinária a capacidade de adaptação de quem aqui mora’

Pedro Santana Lopes visitou esta manhã o bairro de Vale de Chícharos, vulgo Jamaica, na Amora, acompanhado de vários elementos do partido Aliança.

Aos jornalistas, o ex-autarca e ex-Primeiro-Ministro admitiu que não conhecia a realidade daquele bairro. “Como autarca em dois concelhos, Figueira da Foz e Lisboa e já trabalhei muito nesta área da habitação social, e conheço bem o país, mas desconhecia a existência e a forma como as pessoas vivem neste bairro em concreto.”

A visita foi realizada “no âmbito do que sempre fiz, ir aos locais conhecer em concreto o que são, as condições em que as pessoas vivem, não apenas no âmbito de ser líder do partido Aliança, mas juntar o meu apelo a quem procura resolver isto e tentar tirar esta questão do debate sobre racismo. Vim oferecer um abraço e um sorriso a quem vive nestas condições, mercê da incompetência e da irresponsabilidade política de quem devia dar respostas.”

DIÁRIO IMAGEM

Pedro Santana Lopes apontou o dedo “para os sucessivos governos e para o poder local que deixou isto chegar a este ponto. Nenhum presidente resolve um caso destes num ou dois mandatos, mas estamos a falar em décadas. E se o país tem recebido tantos milhões de euros da União Europeia, como é possível que só agora se começasse a tratar do realojamento. Choca ver isto tudo em pleno século XXI, num país europeu. Isto só prova que se fala muito mas se age pouco. Não compreendo como é que se passaram décadas sem que fosse possível realizar o que neste momento está em curso, que é o realojamento e demolição das casas, embora saiba que esse processo está parado judicialmente.”

Relativamente às ocorrências entre a PSP e moradores do bairro, considerou que “a Aliança fez um comunicado no qual afirma que as autoridades têm de ser respeitadas. Não quero trazer questões de raça para aqui, porque todos conhecemos casos em que as forças policiais não agiram da melhor forma, até em manifestações de extrema direita ou após jogos de futebol. Está um inquérito em curso, e temos de aguardar pelo que vai acontecer. Agora se eu morasse aqui, também não me sentiria integrado e é até extraordinária a capacidade de adaptação que quem mora aqui tem, nestas condições, que são mesmo um caso de saúde pública e de falta de segurança das habitações. Dos relatos que aqui ouvi, guardo para mim as conclusões, porque não quero acirrar mais o debate.”

Na conversa com os jornalistas, as críticas foram também apontadas para “um partido com assento parlamentar cujo representante, que também representa a plataforma SOS Racismo, disse publicamente coisas excessivas sobre as forças de segurança, mas quando se viu em perigo foi pedir proteção policial. Não tolero que o pais seja tomado por um país de racismo, quando somos um país de integração, da qual sempre demos mostras. Claro que já cometemos erros, mas há que ter respeito por todos.

No local Pedro Santana Lopes visitou várias casas, e até deu uma volta de carro ao local acompanhado de Dirce Noronha, elemento da Comissão de Moradores do Bairro.

“Conversei com ela sobre o que se passou aqui no passado domingo, ouvi a sua versão também sobre os problemas do bairro e vou com uma ideia própria sobre esta situação.”


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