Tribunal arquiva queixas da IURD contra jornalista Alexandra Borges
A série de reportagens que a TVI divulgou em 2017, da autoria de Alexandra Borges e Judite França, «O Segredo dos Deuses», denunciou uma rede de adopções ilegais levada a cabo pelos responsáveis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
As reportagens basearam-se no desaparecimento de várias crianças, na década de noventa, do lar da IURD, em Portugal, sem a autorização e o conhecimento dos progenitores, acabando muitas dessas crianças sido levadas para o estrangeiro, e sobre as quais os pais nunca mais tiveram informações.
Os responsáveis da IURD contra-atacaram com diversos processos dirigidos à jornalista e à equipa que realizou as reportagens, mas que têm sido decididos a favor de Alexandra Borges.
No dia 27 de Janeiro, a jornalista usou as redes sociais para dar conta de um arquivamento por parte do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste: «O tribunal defendeu a liberdade de imprensa e sublimou a “objectividade” da reportagem ‘Segredo dos Deuses?. Mais uma vitória num processo intentado por dois funcionários da IURD.
Ganhamos todos nós… mas ganhou, principalmente, o jornalismo e a democracia. Obrigada, pela verdade que nunca prescreve.»
Já esta quarta-feira, 9 de Fevereiro, Alexandra Borges anunciou outra vitória. «A IURD acusou-me de calúnia e perdeu novamente. Primeiro, o MP arquivou o processo, sublinhando e valorando o rigor e seriedade do meu trabalho e da estação TVI. Depois a IURD, tal como sempre tem feito, recorreu e voltou a perder, tal como tem acontecido sempre. Insistiu com uma acusação particular e o juiz de instrução voltou, a 8/2, a reiterar justiça confirmando que o meu trabalho foi rigoroso, verdadeiro e factualmente fundamentado, bem como todo o processo jornalístico que deu origem à série de reportagens ‘O Segredo dos Deuses’.
E… arquivou, mais uma vez, a queixa da IURD que se traduziu em mais uma derrota das suas tentativas desesperadas de perseguição e de asfixia do jornalismo livre onde se luta pela verdade que não prescreve, doa a quem doer.»
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