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Palmela perde cidadãos de referência

Nesta homenagem que o DD quer deixar a pessoas, que muito fizeram pelo concelho de Palmela, queremos começar pela morte recente de Nicolau da Claudina, dirigente associativo da Festa das Vindimas, do Palmelense, do Vitória de Setúbal e do Grupo de Amigos do concelho de Palmela, entre outras Instituições.

Na homenagem que prestamos a Nicolau da Claudina, recordamos o poema de Alexandrina Pereira, que enalteceu esta figura da comunidade palmelense em 2007.

POEMA AO AMIGO NICOLAU DA CLAUDINA

“Há quem passe na vida, sem passar
Alheio ao que se passa ao seu redor
Sentindo o seu ego a dilatar
Escarnecendo de tudo o que é amor.

Não pensam que a vida é uma passagem
Que há beleza que se olha e não se vê
Que os dias e as horas, são miragem
Como um livro que se tem, mas não se lê.

Mas… porque o mundo é uma balança
Também há alguém que sonha e faz
Das margens da vida uma esperança
De onde emergem o amor e a paz.

O NICOLAU é assim, escreve AMIZADE,
Sem medo da luta, alheio aos cansaços
Vive a Vida em plena liberdade
Elevando-se no sonho dos seus passos.

Dá-se aos amigos, é o homem do leme,
Com eles enfrenta a maré mais alta
Olha a vida de frente porque nada teme
É de HOMENS assim que o mundo tem falta!

A minha vida hoje ficou muito mais pobre pois perdi um grande amigo que bastantes guerras travou pois era uma pessoa de Bem, grande Palmelense, grande dirigente associativo de Palmela, incluindo a nossa Festa Das Vindimas”.

Nota de pesar do Vitória de Setúbal

Também os dirigentes do Vitória de Setúbal  manifestaram o seu pesar pela morte de Nicolau da Claudina e lembram que serviu o clube durante duas décadas, demonstrando sempre uma enorme paixão e dedicação na defesa deste símbolo.

Integrou várias direções, assumiu múltiplos cargos e desempenhou as mais variadas funções, particularmente na secção de atletismo, na década de 80, e no futebol juvenil, onde ajudou a formar vários jogadores.

Em forma de homenagem, a bandeira permanecerá em meia haste nos próximos dias”.

Muitos dirigentes do movimento associativo manifestaram pesar pela morte de um homem, que mesmo doente não deixava de marcar presença, nos diversos eventos, que iam decorrendo em Palmela. Em Fevereiro, na última Bagageira de Palmela ainda trocámos algumas palavras, sempre com o sorriso de esperança do Nicolau, que nos deu palavras de encorajamento “não desistas Fátima, porque a vida não tem sido fácil, mas não te esqueças, quando se fecha uma porta abre-se sempre uma janela”. E ainda nos pediu para fazermos uma reportagem sobre um casal de imigrantes, que vive na Lagoinha.

Teatro ficou mais pobre

O concelho de Palmela, em particular o Pinhal Novo, a comunidade teatral, a cultura e o associativismo sofreram uma enorme perda com o falecimento de Rui Guerreiro, cofundador e presidente da direção do ATA – Acção Teatral Artimanha durante grande parte da sua história. Rui Guerreiro ocupava, atualmente, o lugar de presidente da Mesa da Assembleia Geral desta companhia de teatro de Pinhal Novo e sucumbiu a doença prolongada, aos 62 anos de idade. No currículo do dirigente associativo pode ler-se que “foi fortemente ativo e participativo na vida da comunidade, frequentou, em 1981, com um grupo de jovens de Pinhal Novo, o Curso de Aperfeiçoamento Técnico de Teatro de Amadores, ministrado por Same Lutfi (Teatro Arena de S. Paulo) e supervisão de Alexandre Sousa”.

Rui Guerreiro participou em “múltiplos projetos artísticos como produtor, encenador e ator. As suas ideias, opiniões e interpretações enriqueceram muitas iniciativas e debates e a sua participação artística e cívica marcou a vida cultural do Pinhal Novo e do Concelho de Palmela”. Foi, igualmente, “uma voz ativa na defesa do Teatro noutros âmbitos e fóruns, caso da Federação Portuguesa de Teatro, em cujos órgãos sociais exerceu diversos cargos”, tendo participado em “projetos como o Festival de Teatro pela Paz, as “Noites de Verão” ou a “Queimada Mística”, entre muitos outros, contaram com o seu enorme contributo e empenho. Destaque para a sua participação ativa e incansável na Comissão Organizadora do FIG – Festival Internacional de Gigantes”. Para além do voto de pesar aprovado pelos autarcas da câmara de Palmela, também a Junta de Freguesia de Pinhal Novo se solidarizou com a morte de Rui Guerreiro militante incondicional do teatro, da cultura e da amizade (…), que descanse agora em paz, depois de tantos anos a lutar por todos!”

José Manuel Silvério: o defensor dos jornalistas

A Câmara de Palmela aprovou também um voto de pesar apresentado pelos autarcas socialistas pela morte do deputado municipal José Manuel Silvério. O deputado socialista tinha 64 anos e residia no Poceirão, onde era empresário e membro ativo na vida cívica da comunidade local.

A sua participação na vida autárquica começou como membro eleito pela APU, em 1975, na Assembleia de Freguesia de Santa Engrácia, Lisboa.

Nas listas do PS foi eleito em 2005 membro da Assembleia de Freguesia de Poceirão e nas eleições autárquicas de 2009 candidatou-se a presidente da Junta de Freguesia.

Foi eleito membro da Assembleia Municipal de Palmela, nas eleições autárquicas de 2005, 2013 e 2019. Era também membro da Comissão Política Concelhia do PS de Palmela. No voto de pesar aprovado na Câmara de Palmela pode ler-se:

“Perdemos alguém muito especial. Alguém que sempre pautou a sua vida com valores sólidos, com princípios. E esses princípios e valores estiveram sempre presentes na sua atividade enquanto autarca.

Pessoa de trato fácil, de discursos poéticos, mas profundamente incisivos nos problemas que indicava no seu concelho. Discursos capazes de colher a atenção profunda de todas as forças políticas, que ouviam atentamente as suas palavras… porque o José Manuel Silvério era assim… porque todos o conheciam com aquela característica de, poeticamente, criticar construtivamente. Um homem de causas.

Perda enorme para os camaradas que com ele conviveram durante anos e que vêm partir um dos autarcas socialistas mais antigos em atividade no concelho”.

O voto de pesar termina com o agradecimento a José Manuel Silvério “pelo legado que nos deixou e pelo que fez por todos nós”.

No mandato de deputado que estava a cumprir, José Manuel Silvério revelou-se um defensor dos jornalistas, que não tinham mesa para acompanhar as sessões da Assembleia e o deputado reivindicou junto da presidente Ana Teresa Vicente para que fossem dadas condições de trabalho à comunicação social, o que veio a acontecer nas reuniões seguintes.

Faustino Santos: o presidente da viragem

Faustino Santos foi presidente da Junta de Freguesia de Marateca entre 1998 e 2009, como eleito do PS, acabando com a gestão da CDU, que se mantinha desde a implantação da Democracia.

Após doença prolongada, Faustino Santos faleceu no início deste mês com 74 anos de idade. O presidente carteiro como era conhecido na Marateca, onde sempre viveu, com enorme amor à sua terra.

Para além de presidente da Junta de Freguesia durante 12 anos, foi também membro da Assembleia Municipal de Palmela.

No voto de pesar aprovado destacam-se as qualidades do autarca como “homem sério, de convicções e de personalidade forte, defendeu a cultura, a identidade e os valores locais” e “deixou-nos um legado de cidadania, de capacidade de entrega e de solidariedade com as suas gentes.

A sua partida empobrece a freguesia de Marateca, o Concelho de Palmela e todas/os as/os autarcas que com ele tiveram oportunidade de trabalhar”.


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