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Vitória Futebol Clube: Movimento Pró Vitória espera entregar as assinaturas necessárias para uma AG Extraordinária na próxima semana

Ausência de anúncio do plantel e opacidade na negociação do PIR, marcaram a terceira sessão do esclarecimento, realizada nesta sexta, no Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau.

Teve lugar ontem, dia 6 de setembro, a terceira sessão de esclarecimento do movimento Pró Vitória, que contou com casa cheia, na sede do Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, onde, mais uma vez, o amor ao clube e a unidade do emblema foram uma constante nas intervenções do público.

Se fossemos apanhados por um radar, seriam multados por excesso de velocidade”. Foi assim que Fausto Campos descreveu a evolução do movimento e a adesão às sessões de esclarecimento, com esperança na unidade do clube para fazer face à crise, e na recolha das assinaturas necessárias para a realização da Assembleia Geral Extraordinária, que acreditam alcançar até ao final da próxima semana. Para tal acontecer, são necessárias, no mínimo, 100 assinaturas, e a presença de, pelo menos, 2/3 dos subscritores da convocatória na dita Assembleia.

A questão da entrega do património do clube ao novo investidor, a Sixth Street Partners, também foi trazido ao debate, nomeadamente o facto da empresa operar em capital de risco. De acordo com o movimento, este modus operandi da empresa não dá garantias de estabilidade, pois, em cenários de instabilidade, os fundos podem ser retirados, o que podem impactar o estádio, caso a construção de imobiliário nos terrenos esteja a ser feita, em simultâneo, com a remodelação do estádio. No entanto, o movimento deixa uma garantia: qualquer plano para os terrenos do Vitória Futebol Clube terá de passar pela aprovação da Câmara Municipal de Setúbal, por esta ter direito de superfície e pelos terrenos do Estádio do Bonfim estarem incluído no Plano Diretor Municipal (PDM).

Por sua vez, José Ferreira realçou os valores das dívidas que o Vitória Futebol Clube tem, neste momento, de acordo com lista provisória de credores (Artigo 154º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas), totalizando uma dívida de 28 629 411,53€. Neste valor, incluem-se os 13 451,77€ de dívida à Segurança Social (contribuições e quotizações de dezembro de 2023), e 45 720,20€ de dívida provenientes de impostos não pagos do ano de 2023 e 2024 (IRC e IMI), totalizando o valor de 4 225 391,93€ à Autoridade Tributária e de 1 552 793,14€ à Segurança Social.

A questão do silêncio sobre o anúncio do plantel também foi largamente debatida, pois, caso não haja plantel definido, a alternativa terá de passar pela competição, na 2ª Divisão Distrital, de jogadores oriundos dos escalões de formação.

Tal como na sessões anteriores, o papel de Hugo Pinto, vice-presidente do emblema sadino e ex-administrador da SAD, marcou as intervenções feitas, nomeadamente o facto de ainda não ter assinado o acordo de liquidação da SAD, nem de pagar as prestações mensais dos PERs do Clube e da SAD desde agosto de 2023.

Toda a atual crise do clube foi comparada, pelo membros do movimento Pró Vitória, com a situação em que se encontrava o clube galês Wrexham FC que, no inicio do anos 2000, se encontrava, também, em perigo. Toda a saga do clube encontra-se retratada no documentário Welcome to Wrexham.

O movimento Pró Vitória surgiu, no início de agosto, como resposta ao anúncio do novo investidor do Vitória de Setúbal e à sua intervenção no futebol do clube. Neste âmbito, tem como principal bandeira a criação de uma quota suplementar, a quota Pró Vitória, com o objetivo de recolher fundos para o clube manter o seu património e conseguir criar uma almofada financeira para ultrapassar a crise que o Vitória Futebol Clube tem vindo a viver nos últimos anos. O movimento já realizou duas sessões de esclarecimento, a 23 e a 30 de agosto, e já reuniu com o Conselho Vitoriano, de onde saiu o comprometimento em se realizarem duas sessões de esclarecimento, por parte da direção do clube, sobre o acordo a assinar com o investidor.


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