Vídeo denuncia maus tratos a pittbull em Almada, caso tem queixas desde 2020
Agressões levadas a cabo dentro de um apartamento em Almada foram captadas em vídeo e confirmam uma situação de maus tratos a animais que está a ser denunciada desde Novembro de 2020, quando uma munícipe e voluntária em associações animais, denunciou o caso de dois pittbulls, confinados a uma pequena varanda num prédio em Almada, sem acesso a alimento e água, utilizados para procriação e venda ilegal de animais de raça potencialmente perigosa.
«Se ladravam eram espancados, com pontapés, paus, socos. Não tinham comida ou água disponível, só a quantidade suficiente para não morrerem» refere Margarida Paulos na denúncia que faz nas redes sociais e que confirmou ao Diário do Distrito.
«Não tinham uma casota, uma manta, nem sequer um papelão para se protegerem ou deitarem, se chovia levavam com a chuva, sem fazia muito calor, levavam com o sol. Quando a cadela estava grávida, tinha os bebés ali naquele espaço exíguo, imundo, onde os dois nem mexer se conseguiam e ali ficavam os pequenos cães até serem vendidos, para poucos meses depois recomeçar tudo novamente», explica Margarida Paulos.
A situação foi denunciada às entidades responsáveis «e fiquei a saber que já tinha sido feita uma queixa anterior e que tinha sido feita uma vistoria em agosto de 2020 onde foi constatado e relatado pelo médico veterinário municipal a presença dos dois animais ‘magros mas sem sinais de maus tratos, apenas de negligência’ e que os mesmos estavam realmente ‘confinados numa pequena varanda, sem acesso direto ao interior do apartamento e, na altura, sem água ou alimento disponível’, reagindo estes com receio, mas ‘sempre revelando submissão’».
O tutor destes também não apresentou comprovativos de licença emitida pela junta de freguesia para detenção de cães perigosos, de esterilização, ou de seguro de responsabilidade civil, e a cadela não possuía vacina antirrábica válida, identificação eletrónica e boletim sanitário.
Apesar do relatório do Serviço Veterinário Municipal, e do SEPNA, os animais não foram retirados do local.
Margarida Paulos refere que foi então pedida uma nova vistoria com caráter de urgência para a apreensão imediata dos animais, que ocorreu em janeiro de 2021.
«É-me dito que já só se encontrava um animal na casa (o macho) e que o mesmo já não está na varanda. Já não está magro (engordou, pasmem-se) e nem apresenta sinais de maus tratos.
A fêmea foi entregue ao ‘proprietário’, um familiar do sujeito que mantinha os animais na varanda, dando assim por encerrado o processo, que apesar de tudo e valendo o que vale, continua a correr no Ministério Público.»
Acompanhando a situação, Margarida Paulos sabe que «agora na habitação está um cão de raça rottweiler, duas crias de pittbull, além do macho pittbull, que continua a ser alvo de agressões.
«Tive conhecimento que o pitbull foi espancado na rua há duas noites com socos, pontapés, e atirado contra a parede, o que acontece regularmente, em casa e na rua. Tem de momento o olho todo inchado e cheio de sangue.»
Perante este cenário, foi solicitada uma vistoria «com muita urgência ao local para que possam ver o estado do cão e assim haver provas dos maus tratos, bem como a existência das crias que provam a criação ilegal de animais de raça potencialmente perigosa».
A comprovar que os maus tratos continuam dentro da habitação, partilhou hoje um vídeo onde se ouve um ganido de um dos cães, situação que segundo os vizinhos é frequente no local.
Em resposta às queixas e questões levantadas à Provedoria dos Animais de Almada, o provedor emitiu esta terça-feira um comunicado no qual explica que a entidade «não foi chamada a intervir, nem colaborar, cooperar ou qualquer outro auxilio neste caso em concreto, por parte das autoridades envolvidas», embora esteja disponível para «cooperar e auxiliar no que for necessário na garantia do bem estar dos animais em Almada».
Também da parte da Provedoria já foram enviado email «para as autoridades que assumiram o caso, a GNR-SEPNA e o Serviço Veterinário Municipal, para esclarecer melhor os munícipes que nos tem questionado» e garante que «iremos usar os meios possíveis para esclarecer e determinar a verdade do caso», e assim que «a Provedoria tiver acesso aos factos, iremos informar os interessados».
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