Uma questão de pele
As opiniões expressas neste artigo são pessoais e vinculam apenas e somente o seu autor.

A nossa pele é a maior e a mais importante barreira contra a infecção e lesão do nosso corpo.
Desde parasitas, a mosquitos e outros insectos, animais venenosos e peçonhentos, sanguessugas e predadores, todos constituem e são, ancestralmente, percebidos como uma ameaça. E claro está que não podemos esquecer os humanos quando armados.
Portanto na natureza, como em sociedade e na vida, a violação da integridade da nossa pele traz perigo podendo ser potencialmente letal:
- A malária continua a ser uma das principais causas de morte nos países em desenvolvimento e é contraída pela picada dum mosquito;
- A doença da Lyme causada pela Borrelia burgdorferi transmite-se pela picada dum carrapato.
- E, embora mais mundano mas igualmente perigoso, qualquer ferida aberta, quando negligenciada, pode infectar e evoluir para sépsis e morte.
Então por que razão assistimos a um Homem Moderno tão ansioso por puncionar a sua pele?
Por que razão são, Hoje, as tatuagens, os piercings e uma panóplia de injectáveis (estéticos, lúdicos, medicamentosos e vacinais) muito mais prevalentes?
- As tatuagens não só são muito mais comuns como muito mais extensas. Recentemente publicado na revista Lancet, um estudo científico (1) observa que a tinta usada nas tatuagens possui cancerígenos pelo que se associa ao acréscimo de 21% no risco de linfoma. Vale o que vale, mas já vi múltiplos casos graves de infecção do tecido celular subcutâneo (celulite) em tatuados. E também vi, aquando da minha passagem pelas infecto-contagiosas nos anos noventa, casos de hepatite C sem outro factor de risco conhecido…
- Os piercings têm seguido o mesmo padrão excessivo, estendendo-se a todas as áreas corporais desde o pavilhão auricular, ao septo nasal, passando pela língua e pelo umbigo e terminando na genitália, desafortunadamente, nem sempre com bons resultados (e não me refiro à estética).
- Muitos medicamentos crónicos são hoje em dia injectáveis como é o caso dos imunomoduladores (p/ex. Humira, Enbrel e Skyrizi) que estão na ordem do dia e se vendem como pão quente, apesar das advertências, não desprezíveis, no que concerne ao balanço risco/benefício e a efeitos potencialmente fatais.
- Esteróides anabolizantes e hormona do crescimento são injectáveis e frequentemente utilizados (mal utilizados) para promover o crescimento muscular, melhorar a performance no ginásio ou perpetuar a juventude. E existem também hormonas sintéticas usadas nalguns cancros da próstata, dos ovários ou da mama mas que passaram a ser uma ferramenta nos processos de transição sexual, também eles banalizados como se inócuos.
- A insulina existe há 100 anos e foi, até há pouco tempo, o único medicamento injectável contra a diabetes. Hoje, após a explosão na prevalência da diabetes tipo II, chegaram ao mercado novos anti-diabéticos injectáveis. Extremamente populares e lucrativos estão também a ser usados em programas de perda de peso. O princípio activo é a Semaglutida e a demanda tem sido tal que já lhe valeu a alcunha de “skinny jab” e um mercado negro para a sua disponibilização…
- Por último mas não menos importante, assistimos ao aumento exponencial de vacinas disponíveis no mercado e que se reflete no plano nacional de vacinação (PNV) cuja listagem de vacinas a administrar quase que triplicou nos últimos 40 anos. Importa também referir que:
- As injeções de mRNA contra a Covid19 aumentaram a aposta das farmacêuticas nos reforços sucessivos. A Big Pharma vê claramente a plataforma mRNA como um modelo plug-and-play para novos medicamentos. E, embora sejam na verdade terapias genéticas, os produtos mRNA são activamente anunciados como “vacinas” para manter as farmacêuticas sob a égide da isenção de responsabilidade dum plano de autorização para uso em emergência.
- A Moderna, inclusive, enumera, no seu sítio (2), as “vacinas” mRNA actualmente em desenvolvimento para o vírus influenza, vírus sincicial respiratório (RSV), citomegalovírus (CMV), vírus Epstein-Barr (EBV), HIV, vírus Zica e até doença de Lyme, entre outros.
- O actual alarmismo em relação ao H5N1 promovido pelos mesmos que promoveram a Covid 19, torna óbvio o plano e deixa claro que a recente crise sanitária foi apenas o ensaio geral.
Antes de concluir esta reflexão e antes que me acusem de oposição aos avanços da estética e da medicina. E, porventura, antes que me denunciem como anti-vax ou por apelar à proibição de todas as agulhas hipodérmicas, das tatuagens, dos piercings e de todos os medicamentos parentéricos, cumpre-me esclarecer tanto o que estou a dizer como o que não estou:
A – É evidente que gostos não se discutem, que cada um é livre de se apresentar, de se enfeitar e de se expressar e afirmar como lhe aprouver, bem como de caminhar pela vida com o hábito e o comportamento que mais se lhe adequem. Cientes, contudo, que cada escolha consciente subentende esclarecimento prévio e corresponde, sempre, a uma consequência e à assumpção duma responsabilidade.
B – É também indubitável que existem indicações para o uso de injectáveis e que existem métodos profiláticos, terapêuticos e de diagnóstico que são incontornáveis apesar de invasivos.
O exemplo paradigmático é o da já mencionada insulina que salva vidas diariamente desde há mais de um século. Da mesma forma outros medicamentos injectáveis (como antibióticos mas não só) e o avanço das técnicas cirúrgicas e de diagnóstico têm salvo muitos milhões de pacientes.
Todavia e cingindo-nos à clínica, se por um lado existe indicação para a farmacopeia injectável e demais técnicas invasivas quer terapêuticas, quer de diagnóstico ou profiláticas. Por outro lado, é inegável que estas técnicas acarretam riscos e danos, conhecidos mas também desconhecidos, acrescentando gravidade à mentalidade actual reflectida na premissa: “um problema médico ou psicológico ou estético, per se, legitima a punção da integridade do paciente”. Ao que assistimos é preocupante porque faz esquecer a inalienabilidade do consentimento informado e porque, ao arrepio do bom senso e do conhecimento de experiência feito, ignora quaisquer outras alternativas quiçá menos onerosas, mais simpáticas e mormente mais fisiológicas.
A atitude actual, extremamente blasé, em relação à integridade corporal e que tem sido promovida tanto pela “Big Pharma/Big Medicine” como pela cultura woke e progressista está a revelar-se, paulatinamente, um erro.
Temos um sistema imunitário que tem cumprido o seu propósito na preservação da espécie. Um sistema imunitário competente há milhões e anos e que em nada beneficia com a actual ingerência por parte de tecnocratas e burocratas muito menos por parte dos “especialistas” que assassinaram a ética médica dando prioridade a uma agenda política e ao lucro.
O nosso sistema imunitário não precisa duma cartilha de laboratório para cada antígeno que enfrenta. Sabemos que o reforço da imunidade inata pelo estilo de vida saudável, a nutrição equilibrada e pela suplementação com vitamina D não gera lucro mas gera saúde e longevidade com qualidade.
Portanto deixem o sistema imunitário fazer o seu trabalho!
E deixem a pele em paz porque ela existe por uma razão: proteger o interior do nosso corpo dos elementos nocivos que habitam o mundo exterior. Quando violamos este escudo, sofremos consequências imediatas como a dor, a ferida, a inflamação, a anafilaxia e/ou a hemorragia mas também sofremos consequências a prazo por toxicidade, infecção ou auto-imunidade.
As vias naturais de entrada no corpo humano, sejam elas para alimentação, respiração ou reprodução, não incluem a penetração da pele. Este modo de introdução de materiais é inerentemente anti-natural pelo que, deve ser excepcional e quando realmente indicado deve ser correctamente executado por profissionais treinados e competentes. E quando desnecessário deve, pelo menos, ponderado e conscientemente consentido.
A aversão a agulhas, ainda que subconsciente, é similar à sensação experimentada em relação a uma melga, a uma sanguessuga, a uma cobra ou até mesmo a uma arma apontada, não é uma coincidência antes expressa o instinto de autopreservação. E porque parasitas, envenadores e predadores se podem apresentar sob várias formas é vital que:
- Nos informemos antes de consentir qualquer acto médico diagnóstico, profilático ou terapêutico – o Consentimento Informado é um Direito inalienável.
- Escutemos o seu corpo e confiemos no nosso instinto.
- Aprendamos a dizer Não! Até porque o direito de resistência está consignado na Constituição.
Referências:
1 – https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(24)00228-1/fulltext
2 – https://www.modernatx.com/research/product-pipeline
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