Uma ONU contra a humanidade
As opiniões expressas neste artigo são pessoais e vinculam apenas e somente o seu autor.
“Nós os povos das Nações Unidas declaramos (…): reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres e entre nações grandes e pequenas, e (…) promover o progresso social e melhores padrões de vida em maior liberdade (…). Com este propósito criaremos mecanismos internacionais a fim de promover o progresso económico e social de todos os povos.” – Preâmbulo da Carta das Nações Unidas (ONU) – 1945.
O Secretariado da ONU, presidiu em Nova Iorque, entre 20 e 23 de Setembro de 2024, à CIMEIRA DO FUTURO (1).
Este nebuloso agrupamento de entidades, programas e fundos têm vindo a realizar uma plêiade de cimeiras e conferências (2) todas elas abarcando nobres causas como os direitos humanos, o meio ambiente, a educação, o desenvolvimento sustentável, as crianças, os povos indígenas, a fome e a saúde mundial. Estas reuniões conferem aos políticos profissionais uma oportunidade para fazer declarações comoventes, inspiradoras e bombásticas sob a icónica bandeira azul e branca e em representação dos seus povos, justificando assim as viagens em classe executiva e as estadias em hotéis de luxo às expensas do erário público.
Concomitantemente, organizações não governamentais (ONGs), atoladas em conflitos de interesses, frequentemente lideradas por ex-políticos e promotoras de missões humanitárias à custa da ajuda internacional que parasitam, marcam presença para o já habitual beija-mão aos figurões (3). Tudo isto devidamente publicitado e divulgado pela comunicação social também ela refém dum “complexo industrial” orquestrado por uma ONU em constante crescimento onde, apenas “Nós, os Povos”, não somos convidados.
Construído sobre a premissa de zelar pela vida, pelos direitos e pelos meios de subsistência humanos, a ONU, converteu-se numa causa em si mesma, repetindo as mensagens vazias, as promessas hipócritas e as nobres razões que a alimentam à custas do dinheiro d’Os Povos.
A Carta das Nações Unidas (4) assinada em 26 de junho de 1945, após a Segunda Guerra Mundial, começa com as famosas palavras famosas “Nós, Os Povos das Nações Unidas…” inspiradas no preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos (5).
É destas palavras que o Sistema da ONU extrai a alegada legitimidade, ao ter por base o princípio de que uma vez em representação, d’Os Povos, pode tomar decisões em seu nome.
No entanto, ao contrário dos Pais Fundadores da América, que imediatamente optaram por garantir os direitos inalienáveis e fundamentais dos seus cidadãos no primeiro conjunto de emendas acordado em 1791(6), os fundadores da ONU apenas elaboraram um acordo (7) designado Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), em si, sem força vinculativa mas do qual dimanaram importantes tratados internacionais e regionais de direitos humanos. Uma disposição importante, desta declaração, o Artigo 19-2 é frequentemente negligenciada, apesar do seu profundo impacto na interpretação de todas as outras disposições que reconhecem direitos fundamentais com base nas circunstâncias em que os direitos humanos podem ser limitados. O segundo parágrafo permite limitações feitas aos direitos humanos e liberdades pelas autoridades com o propósito de preservar “moralidade, ordem pública e bem-estar geral.” Enquanto o propósito da Declaração de Direitos dos EUA era impedir que um governo tirânico anulasse a vontade do povo, a DUDH afirma especificamente que a ONU, em sua crescente determinação de centralizar a autoridade dentro de si mesma, poderá fazê-lo. Depois de estabelecer os princípios fundamentais de que os humanos são iguais e de igual valor, a ONU não conseguiu parar por aí, garantindo assim que alguns pudessem ser mais iguais do que outros.
A História da Humanidade tem mostrado que é fácil para qualquer governo alegar que as leis restritivas impostas atendem aos requisitos de “bem-estar geral” e o “bem maior”, especialmente em situações consideradas ameaçadoras da ordem pública.
A experiência da Covid-19 mostrou que as medidas de emergência são muito prontamente impostas mas dificilmente retiradas e que o medo irracional disseminado pela propaganda consegue que “Os Povos” abdiquem facilmente de direitos, de liberdades e de garantias inalienáveis. É exatamente por isto que as constituições nacionais devem impedir tal abuso, em vez de o justificar.
Depois da recente crise sanitária mundial, os enormes e consequentes danos nos direitos e liberdades fundamentais dos bilhões sem voz foram rapidamente enterrados, enquanto a bem oleada engrenagem da ONU continua em frente no seu propósito. Ao propor o “Pacto para o Futuro” a “Declaração para as Gerações Futuras” e o “Pacto Digital Global”, todos eles não vinculativos e aprovados praticamente sem discussão após negociações intergovernamentais (10) a ONU consegue expandir o seu mandato e financiamento e, assim, aconselhar e liderar as nações em todas as questões, incluindo a “necessidades e interesses das gerações futuras” e a “inteligência artificial”.
A ONU sai da “Cimeira para o Futuro”, alegadamente, como a única autoridade competente e legítima para prevenir eventuais “choques globais complexos”, como sejam as pandemias, as alterações climáticas ou as guerras.
Estes documentos, provavelmente, serão zelosamente adoptados pelos mesmos líderes políticos que ainda estão para enfrentar inquéritos judiciais por crimes contra a humanidade, também no nosso país, e ainda, crimes contra a integridade física mas também contra as gerações futuras nomeadamente quando consideramos o atentado ao estado direito democrático, a sonegação do consentimento informado, a coerção sanitária, a dependência económica, a imigração sem regra e a educação refém de lobbies globalistas e sectários.
A máquina da ONU está caduca, desvirtuada e, portanto, desconectada d’Os Povos que jurou servir.
A situação é tanto mais grave quanto se torna evidente a traição dos propósitos e dos princípios que alicerçaram a sua génese. A ONU é Hoje um sistema egocêntrico e corrupto (11) operando em estreita colaboração com o Fórum Económico Mundial e demais organizações e financiadores que, com um propósito comum, não se importam com o que ‘Nós, os Povos’ precisamos, aspiramos e defendemos. Neste momento, do cimo da sua imensa arrogância e sentimento de impunidade considera-nos, a ONU, seus súbditos, enquanto colabora na forja dum novo mundo à imagem daquele que outrora pensámos ter derrotado.
No entanto, nada do que dimanou da Cimeira do Futuro é vinculativo pelo que sem uma auditoria séria e independente à resposta escandalosa à Covid e sem a assumpção das falhas técnicas, consultivas e éticas por parte da ONU, qualquer agenda futura deve ser considerada como perniciosa porque destinada a servir os mesmos propósitos autoritários e muito lucrativos.
Portanto ainda que nos ignorem, “Nós, Os Povos” continuamos a ser a maioria e o motor do Mundo.
Está nas nossas mãos tomar acção e manifestar a nosso descontentamento, a nossa desaprovação e a nossa indignação sempre que tal se imponha e, presentemente, impõe-se que o façamos perante a escalada do Fascismo Internacional sob a capa da sustentabilidade, da inclusão, da segurança e do “bem comum”.
REFERÊNCIAS:
1 – https://www.un.org/en/summit-of-the-future
2 – https://www.un.org/en/development/desa/what-we-do/conferences.html
3 – https://www.rescue.org/eu/person/david-miliband
4 – https://www.un.org/en/about-us/un-charter
5 – https://www.archives.gov/founding-docs/constitution-transcript
6 – https://www.archives.gov/founding-docs/bill-of-rights-transcript
7 – https://www.un.org/en/about-us/universal-declaration-of-human-rights
8 – https://pt.brownstone.org/bens/tr%C3%AAs-novos-pactos-a-serem-aprovados-na-cimeira-da-ONU/
9 – – https://pt.brownstone.org/bens/a-onu-convida-seus-amigos-para-jantar/
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