
Um concerto comovente no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, marcou na noite de 5 de junho um dos pontos altos da segunda noite do Festival Língua Terra, com um tributo à obra de José Carlos Schwarz, figura incontornável da música guineense e símbolo da resistência anticolonial.
A homenagem contou com interpretações poderosas de Manecas Costa, Karyna Gomes e Remma Schwarz, filho do artista homenageado, que emocionaram o público ao revisitar os temas marcantes da carreira de José Carlos Schwarz. Fundador do grupo Cobiana Djazz, Schwarz foi uma das vozes mais representativas da Guiné-Bissau nos anos que antecederam a independência, utilizando a música como arma de expressão política e afirmação cultural.
Morto em 1977, mas com um legado que perdura no tempo, Schwarz compôs em crioulo e deu voz aos sentimentos e lutas do povo guineense. A sua música atravessou fronteiras, sendo ainda hoje referência para novas gerações de músicos africanos e lusófonos.
O espetáculo integrou a programação da quinta edição do Festival Língua Terra, cujo objetivo é promover o intercâmbio artístico entre países de língua portuguesa — Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique — e reforçar os laços culturais no espaço da lusofonia.
Com Setúbal como palco, o evento destaca-se por fomentar diálogos entre diferentes tradições musicais, promovendo a diversidade cultural através da música, da palavra e do encontro de identidades.
Este tributo a José Carlos Schwarz foi mais do que um simples concerto: foi uma celebração da memória coletiva, da identidade africana, e da força da cultura lusófona que resiste e se reinventa.
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