Três dias de paralisação: Navigator em Aveiro sem produção e trabalhadores exigem mais justiça salarial

A produção de pasta e papel na unidade da Navigator em Aveiro está totalmente suspensa pelo terceiro dia consecutivo devido a uma greve que contou com adesão de cerca de 85% dos trabalhadores, segundo dados do sindicato.

A paralisação, que iniciou às 00:00 do dia 26 e termina hoje às 16:00, provocou uma paragem total na produção de pasta de papel e afetou a produção de energia, mantida apenas no nível mínimo. Paulo Ferreira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE-CN), destacou que a greve reflete o descontentamento generalizado entre os trabalhadores, não só em Aveiro, mas também nas unidades da Figueira da Foz e de Setúbal.

O principal motivo do protesto é o desagrado com o acordo salarial assinado no início do ano entre a empresa e a Federação dos Sindicatos da Indústria e Serviços, que prevê um aumento de apenas 2% ou no mínimo 25 euros em 2024. Para os trabalhadores, essa proposta é insuficiente face às suas reivindicações. O SITE-CN apresentou uma contraproposta de 150 euros de aumento para todos os trabalhadores, que mais tarde foi ajustada para 125 euros, mas, segundo o sindicato, não houve nenhuma resposta por parte da empresa.

“Ainda aguardamos uma posição da Navigator. Este é o momento de dar à empresa a oportunidade de se pronunciar”, afirmou Paulo Ferreira. No entanto, o dirigente sindical não descarta a possibilidade de novas formas de luta, caso as reivindicações continuem sem resposta.

A empresa foi contactada pela Lusa, mas até ao momento não forneceu qualquer declaração sobre o impacto da greve ou sobre a negociação em curso.

Os trabalhadores mantêm a pressão, considerando o diálogo essencial, mas mostram-se determinados a continuar a lutar por aquilo que consideram ser uma compensação mais justa para o esforço desempenhado.

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