A Festa de Todos os Santos regressa à Quinta do Anjo, no concelho de Palmela, com três dias de celebração — de 31 de outubro a 2 de novembro — marcados pela fé, pela música e pela união de uma comunidade que mantém viva uma tradição com 269 edições.
Apesar da chuva que se fez sentir, a população respondeu em força, enchendo as ruas e a Igreja da Nossa Senhora da Redenção, num evento que volta a afirmar-se como um dos mais emblemáticos do concelho.
O arranque oficial contou com a intervenção do presidente da Associação de Festas de Todos os Santos, João Ricardo Coelho, que destacou o esforço coletivo e a dedicação de todos os envolvidos.
“Esta é uma festa resiliente, feita com amor à terra e às suas tradições”, afirmou.
“Tentámos modernizar a imagem e a comunicação, mas sem nunca perder o espírito que nos une como comunidade.”
O dirigente sublinhou o simbolismo do cartaz deste ano, inspirado na Nossa Senhora da Redenção e na espada da Ordem de Santiago, representando a história e identidade de Palmela.
“Foi o objetivo da associação tornar a festa cada vez mais criativa e visualmente apelativa”, explicou, elogiando a criatividade da colega Joana, autora do ‘design’.
A associação, composta em grande parte por jovens, contou com o apoio da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal de Palmela e de vários patrocinadores.
“Nada disto seria possível sem o apoio de todos. Esta é uma celebração feita por jovens, com muito sacrifício, mas também com enorme orgulho”, acrescentou João Ricardo Coelho, desejando “umas boas Festas de Todos os Santos, com menos chuva, mas com muita alegria e união”.
Seguiu-se a intervenção do padre Leonel, que enalteceu a dimensão espiritual da celebração.
“Quero deixar uma palavra de agradecimento à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia pela cooperação de tantos anos com a Paróquia da Quinta do Anjo”, referiu.
“A festa é uma expressão de fé, mas também de humanidade e de proximidade.”
O sacerdote recordou ainda o Ano Jubilar da Misericórdia, sublinhando o papel da Igreja na construção de uma comunidade inclusiva.
“Todos somos queridos e desejados por Deus. Que esta festa seja expressão desse acolhimento, em que todos — os que cá vivem desde sempre e os que chegaram há pouco — se sintam parte desta comunidade”, frisou.
Já o presidente da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, Nuno Valente, destacou o envolvimento das associações locais e o empenho da juventude.
“É graças a todos — jovens, associações e voluntários — que esta festa continua a crescer”, afirmou.
“A tradição mantém-se viva porque existe entre nós um profundo sentido de pertença e de comunidade.”
O encerramento das intervenções oficiais coube ao presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, que elogiou o dinamismo associativo e o espírito identitário da freguesia.
“Estas festas são o espelho do que de melhor existe na Quinta do Anjo: uma comunidade viva, que sabe preservar as suas tradições e adaptá-las à modernidade”, declarou.
O autarca recordou ainda a distinção do território como Reserva da Biosfera da UNESCO, destacando o equilíbrio entre tradição e sustentabilidade.
“Este território é uma reserva viva de valores — naturais, culturais e humanos — que merecem ser preservados e celebrados. A Festa de Todos os Santos é um símbolo dessa ligação entre fé, tradição e sustentabilidade”, reforçou.
Durante os três dias de celebração — de 31 de outubro a 2 de novembro —, o programa incluiu concertos, gastronomia e cerimónias religiosas, com a participação da Sociedade de Instrução Musical, do Conservatório Regional de Palmela, dos Bombeiros de Pinhal Novo e do Quintajense FC, entre outras entidades locais.
Mais do que uma celebração religiosa, a Festa de Todos os Santos reafirmou-se como um marco de identidade e união da população quintajense, reforçando a ligação entre o passado e o presente.
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