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Transtejo admite aumento de falhas no transporte fluvial

Entre o dia 12 de Agosto e esta sexta-feira, os trabalhadores da Transtejo, responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa, realizaram uma greve parcial em cada turno de serviço, o que levou à supressão de algumas carreiras, uma situação que já tem vários meses.

A falta de trabalhadores e de navios são causas apontadas pelos sindicatos para as falhas no transporte fluvial que liga Lisboa à Margem Sul, admitindo a empresa um aumento das avarias e uma elevada taxa de indisponibilidade dos barcos.

«Muitos dos navios estão avariados e encostados em docas à espera de reparações grandes», disse em declarações à agência Lusa Carlos Costa, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), além de que «a administração/Governo não ter iniciado um efetivo processo de negociação, de modo a discutir as reivindicações sindicais, das quais, além da valorização salarial, consta a melhoria do serviço público».

E as avarias têm vindo a multiplicar-se: em julho, uma avaria técnica inesperada do ‘ferry’ que opera na ligação Trafaria-Porto Brandão-Belém, levou à suspensão do serviço durante uma semana, uma situação que levou a Junta da União das Freguesias de Caparica e Trafaria a realizar um protesto formal.

Numa resposta enviada à agência Lusa, a Transtejo/Soflusa confirma um aumento de 9% do número de avarias da frota total, comparando janeiro a julho de 2022 com o período homólogo de 2021, atribuindo esse crescimento aos constrangimentos e limitações da frota.

No entanto, na análise dos registos dos últimos três anos, aponta para uma tendência decrescente deste indicador: em 2020, a frota teve -21% de avarias face a 2019 e em 2021 -16% face a 2020.

Por outro lado, a administração admite que «a taxa de disponibilidade de serviço do total de frota foi de 68% em 2019, 65% em 2020, 59% em 2021 e 60% nos primeiros sete meses» deste ano.

Através dos comunicados emitidos, a Fectrans acusa ainda que «a Transtejo já tem navios novos (do concurso de navios elétricos), mas por falta de baterias os mesmos estão imobilizados».

Em março, o Governo aprovou um investimento de 52 milhões da Transtejo para compra de 10 barcos elétricos, e à agência Lusa, a empresa explicou que a chegada dos quatro primeiros navios da nova frota encontra-se prevista para o período entre dezembro de 2022 e junho de 2023.

Os outros quatro navios, adianta a administração, chegarão até final do ano de 2023 e os últimos dois navios, que completam o projeto, serão recebidos em 2024.

A entrada ao serviço dos novos navios elétricos ocorrerá após a sua chegada e a formação das respetivas tripulações.

Contudo, segundo o sindicalista Carlos Costa, não existe ainda uma estação de carregamento, tendo sido aberto concurso internacional pela segunda vez ainda sem resultados tornados públicos.

O Diário do Distrito contactou a Transtejo no dia 15 de Julho a solicitar esclarecimentos acerca deste assunto, mas até ao momento não obtive qualquer resposta.

Em relação à falta de trabalhadores, a administração da Transtejo/Soflusa explica que os vários processos de recrutamento e seleção decorrem do facto de durante os mesmos terem surgido novas vagas para preencher.

Estão também em curso processos de recrutamento e seleção para preencher vagas originadas pela saída de trabalhadores, estando ainda em preparação pedidos de autorização para a contratação de trabalhadores.

Atualmente, a TTSL – Transtejo Soflusa tem 429 trabalhadores no seu quadro de pessoal, dos quais 242 (56%) são trabalhadores marítimos.


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