Telemóvel ao volante: campanha de segurança rodoviária revela impacto positivo na redução de acidentes

O objetivo principal da campanha foi alertar os condutores para os perigos associados ao uso do telemóvel durante a condução, destacando as consequências fatais que essa distração pode causar. A campanha envolveu a realização de diversas ações de sensibilização em simultâneo com operações de fiscalização, que abrangeram não só o continente, mas também as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Inserida no Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2024, esta campanha visou a sensibilização de condutores e passageiros, tendo contado com a participação ativa dos serviços das administrações regionais dos Açores e da Madeira. No total, foram sensibilizados 621 condutores e passageiros, transmitindo-se mensagens claras sobre os riscos que o uso do telemóvel ao volante implica. Entre os alertas divulgados, destacam-se que os condutores que utilizam o telemóvel são mais lentos a reconhecer e reagir a perigos, além de sofrerem de distração, uma vez que realizar duas tarefas mentais simultaneamente — conduzir e usar o telemóvel — provoca lapsos de atenção e erros de avaliação. Esta prática também prejudica a interpretação da sinalização e pode levar ao desrespeito das regras de cedência de passagem, sobretudo no que toca à segurança dos peões.

O balanço da campanha revelou números preocupantes: registaram-se 2.011 acidentes durante o período da campanha, resultando em 6 vítimas mortais, 38 feridos graves e 611 feridos ligeiros. Contudo, em comparação com o mesmo período de 2023, verificaram-se menos 1.135 acidentes, menos 2 vítimas mortais, menos 12 feridos graves e menos 333 feridos ligeiros, demonstrando uma melhoria significativa na redução da sinistralidade. As 6 vítimas mortais registadas incluíram 5 homens e 1 mulher, com idades compreendidas entre os 19 e os 76 anos. Estes acidentes mortais ocorreram nos distritos de Castelo Branco, Guarda, Lisboa, Santarém e Setúbal, sendo que a maioria resultou de despistes e colisões em estradas nacionais e outras vias.

Ao nível da fiscalização, o controlo foi rigoroso, com as Forças de Segurança a fiscalizarem 4,7 milhões de veículos mediante radares, dos quais 24,5 mil infrações foram detetadas. Destas, 687 infrações relacionaram-se diretamente com o uso indevido do telemóvel durante a condução, sendo que 675 ocorreram no continente e 12 nas regiões autónomas. Do total de infrações, 485 foram detetadas pela GNR e 202 pela PSP, demonstrando a importância de uma fiscalização atenta e eficaz para combater comportamentos de risco nas estradas.

Esta foi a décima de 12 campanhas previstas para 2024 no âmbito do PNF, com mais duas campanhas agendadas até ao final do ano. Desde 2020, estas campanhas têm sido fundamentais para a promoção de comportamentos mais seguros nas estradas portuguesas, sendo que, ao longo das dez campanhas realizadas até agora, foram sensibilizadas presencialmente mais de 5.900 pessoas. O PNF de 2023 focou-se em temas como velocidade, álcool, acessórios de segurança e telemóvel, tendo para 2024 sido introduzido um novo capítulo referente à fiscalização de veículos de duas rodas a motor.

As autoridades reiteram que a sinistralidade rodoviária não é uma inevitabilidade e que comportamentos responsáveis ao volante podem fazer toda a diferença na redução de acidentes e na preservação de vidas. Com a continuação das ações de sensibilização e fiscalização, a ANSR, a GNR e a PSP pretendem manter o seu compromisso com a segurança nas estradas, garantindo que os condutores entendam a importância de não utilizar o telemóvel enquanto conduzem.

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