SOS Racismo reage a ‘ataques racistas’ no Porto e marca ‘acção de solidariedade para com imigrantes’
O SOS Racismo emitiu este sábado um comunicado no qual alerta para que «nos últimos dias, um grupo organizado de pessoas constituiu uma milícia para invadir casas e atacar imigrantes na cidade do Porto.
Com recurso a bastões, paus e facas, este grupo espancou várias pessoas imigrantes, dentro das suas casas. Os ataques foram planeados e devidamente organizados, para espalhar o terror e atacar o maior número de imigrantes possível. As habitações foram destruídas e várias pessoas tiveram de receber tratamento hospitalar.»
No comunicado, partilhado no site da organização, o SOS Racismo declara estar «solidário com todas as vítimas de racismo e xenofobia. Estamos ao lado das pessoas imigrantes e racializadas, sempre e a qualquer hora. E tudo faremos para as proteger e para que os autores dos atos criminosos, racistas e xenófobos sejam levados a Tribunal e julgados pelos crimes cometidos.»
Condena também «esta onda de violência racista extrema, que se tem vindo a intensificar nos últimos tempos» e relembra outros actos como «o assassinato de Gurpreet Singh, indiano, morto a tiro em sua casa, em Setúbal, por uma milícia racista; o grupo de jovens em Olhão que agrediu imigrantes indianos e nepaleses; os guardas da GNR que foram condenados pelo Tribunal de Beja por ofensas à integridade física qualificada e sequestro agravado de imigrantes em Odemira; as numerosas vitimas de exploração em propriedade agrícolas no Alentejo; os incêndios em Lisboa que provocaram dois mortos de nacionalidade indiana; as agressões a imigrantes do Brasil em Vila Nova de Gaia e no Porto; ou a morte de Ademir Araújo Moreno, cabo-verdiano, na sequência de um ataque racista e xenófobo, na ilha do Faial».
O SOS Racismo aponta ainda culpas à «passividade do Estado no combate ao racismo e à xenofobia verifica-se nos crónicos problemas da Justiça neste capítulo, aos quais acresce a inoperância da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, que está sem funcionar desde outubro de 2023».
Na nota, além de exigir aos responsáveis políticos «que condenem estes atos e que condenem todos os discursos de ódio que os sustentam», a organização pretende também que o Ministério da Administração Interna «actue de imediato, fornecendo proteção policial necessária para proteger as pessoas» e que o Ministério Público detenha e «leve a julgamento este grupo de criminosos que cobardemente atuam encapuçados».
Perante esta situação, o SOS Racismo organiza este sábado, a partir das 22h00, uma ação de solidariedade que pretende juntar «os ativistas anti-racistas, juntamente com diversos movimentos sociais e cidadãos do Porto» na Praça 24 de Agosto «em um gesto de solidariedade para com os imigrantes, especialmente aqueles que foram alvo de recentes ataques violentos».
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