Perante uma plateia que encheu o Salão Nobre dos Ídolos da Praça, e que contou com a presença de membros do Conselho Vitoriano e do Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Vitória Futebol Clube João Lopes, teve lugar nesta sexta-feira, às 21h, a segunda sessão de esclarecimento do movimento Pró Vitória. Representados por Rúben Salgado, José Ferreira, Fausto Campos, Joaquim Lamas, e Fernando Belo, coadjuvados pela ex-atleta de futebol feminino Joana Simões, o movimento Pró Vitória voltou a apresentar o projeto da quota suplementar Pró Vitória, para pagar as prestações do Plano de Intervenção e Resolução (PIR), tendo, também, abordado a reunião tida com o Conselho Vitoriano, na passada segunda-feira.
Dos temas a destacar dessa reunião, os membros do movimento realçaram a aceitação da proposta da criação da quota por parte da Direção, mas sugeriram uma alteração ao texto da recolha de assinaturas, para que a quota se trate de um adiantamento do pagamento do PIR. Um outro assunto importante abordado foi a obrigação imposta à Direção do Vitória Futebol Clube para a realização de duas sessões de esclarecimento sobre o protocolo imobiliário e futebolístico com a Sixth Street Partners, com os documentos a serem entregues antes aos sócios. Para além disso, o movimento revelou que, no limite, aceitaria que o novo investidor pudesse ficar com a parte imobiliária, mas sem ter intervenção na parte do futebol, que consideram que seria a “morte” do Vitória, por tornar o clube numa “sucursal de uma multinacional de futebol”, sem a “mística” popular e tradicional que tem guiado o clube desde sempre. Realçaram, ainda, a impossibilidade da compra da parte futebolística pois, de acordo com o artigo 5.º dos estatutos do Vitória Futebol Clube, não é possível criar uma SAD, tendo em conta que o clube se encontra a jogar em modalidade amadora (2ª Divisão Distrital).
Passando para a intervenção do público, um dos assuntos mais abordados foi de uma possível legalização do movimento, como forma de facilitar o reconhecimento por parte do Vitória de Setúbal e da Câmara Municipal, mas consideram não haver esse objetivo, como forma de não serem acusados pela Direção do clube de “agitação” em caso de chumbo do PIR.
Para além disso, foram, também, largamente abordadas as questões dos terrenos de Vale do Cobro, hipotecados desde 2013 e anteriormente pertencentes à SAD, nomeadamente sobre possíveis projetos para os lotes, e o papel de Hugo Pinto, ex-vice-presidente da SAD e atual vice-presidente da Direção, na venda dos terrenos das Praias do Sado a um valor de mercado meio milhão abaixo do valor patrimonial (1 308 680,50€ contra os 800 mil escriturados).
Outros temas também abordados envolveram a ligação do Pró Vitória com o movimento associativo, e a importância que este tem na mobilização dos sócios do clube, e a criação de uma comissão de festas para a comemoração do aniversário do Vitória Futebol Clube.
O movimento Pró Vitória surgiu, no início de agosto, como resposta ao anúncio do novo investidor do Vitória de Setúbal e à sua intervenção no futebol do clube. Neste âmbito, tem como principal bandeira a criação de uma quota suplementar, a quota Pró Vitória, com o objetivo de recolher fundos para o clube manter o seu património e conseguir criar uma almofada financeira para ultrapassar a crise que o Vitória Futebol Clube tem vindo a viver nos últimos anos. O movimento já havia realizado a sua primeira sessão de esclarecimento na sexta-feira, dia 23, na União Desportiva e Recreativa do Casal das Figueiras, tendo já prevista mais uma sessão para o Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau, na próxima sexta-feira.
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