Setúbal entre os distritos com maior aumento de criminalidade geral conforme dados do RASI

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2023 foi entregue na Assembleia da República, e ao longo de 342 páginas apresenta dados sobre a criminalidade violenta, extremismos políticos à direita e à esquerda, e a violência entre grupos rivais de jovens na Grande Lisboa, entre outros.
A criminalidade geral aumentou 8,2% e a criminalidade violenta e grave aumentou 5,6% em 2023, registando-se 14.022 crimes, mais 741 casos do que em 2022, o valor mais alto desde 2019.
No ano 2023 a criminalidade violenta e grave representa 3,8% de toda a criminalidade participada e na criminalidade geral, o número total de participações criminais registadas em 2023 pela GNR, PSP, PJ, SEF, PM, ASAE, AT e PJM, foi de 371.995, mais 28.150 participações que no período homólogo de 2022 (+8,2%).
Os crimes de extorsão, resistência e coação sobre funcionário, roubo por esticão, rapto, sequestro e roubo na via pública foram os que mais subiram.
Segundo os dados, o crime de extorsão apresenta uma subida de 25,8%; o rapto sequestro e tomada de reféns subiu 22%; a resistência e coação sobre funcionário teve um aumento de 13,2%; o roubo por esticão aumentou 7,7%, e o roubo na via pública subiu 0,8%.
Por outro lado, as maiores descidas verificaram-se no roubo em residência (-15,3%), violação (-4,8%), outros roubos (-4%) e homicídio voluntário consumado (-7,2%).
Com uma ligeira descida (-0,1%) mas com maiores indicies de queixas, está a violência doméstica, no âmbito da criminalidade geral.
Barreiro lidera ocorrências violentas e graves ligadas ao tráfico de droga
A nível nacional, segundo o RASI, apenas o distrito de Coimbra apresenta uma ligeira diminuição da criminalidade geral, registando-se os maiores aumentos em Faro (+13,5%), Setúbal (+12,9%), Beja (+12,3%) e Leiria (+12,1%).
O relatório destaca ainda que há um grande número de ocorrências violentas e graves na margem sul do Tejo, principalmente a zona do Barreiro, onde existem ofensas à integridade física, sequestro e rapto de indivíduos associados ao tráfico de droga.
Delinquência juvenil aumenta
O RASI deixa também um alerta para o aumento da violência associada a grupos juvenis e jovens motivada por rivalidades entre grupos oriundos de diferentes zonas ou bairros da área metropolitana de Lisboa.
A delinquência juvenil aumentou 14,6% em 2023, registando um total de 6.756 ocorrências, o valor mais elevado desde 2014.
«Esses conflitos costumam ser referidos em músicas e videoclips de subculturas musicais que apresentam referências hiperlocais e hiperpessoais (especificamente a uma área geográfica, ocorrência em particular, indivíduo ou data específica)», aponta o documento, destacando «o papel desempenhado pelo digital, nomeadamente as redes sociais, que se apresentam como extensão do grupo e do próprio bairro».
Este tipo de criminalidade regista o maior número de ocorrências nos concelhos de Loures e da Amadora, sendo os locais de crimes junto a centros comerciais e estações intermodais.
Também a delinquência juvenil, que compreende crimes praticados por jovens entre os 12 e os 16 anos, registou um aumento de 8,7%, num total de 1.833, número mais alto desde 2017.
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