Setúbal e Alentejo Litoral tem potencial para impulsionar o desenvolvimento económico

A Região de Setúbal e o Alentejo Litoral têm recursos e potencialidades que se complementam que podem alavancar o seu desenvolvimento económico.
Contudo, são necessárias políticas públicas em diversos sectores para estimular essas características endógenas, uma noção manifestada pelos agentes socioeconómicos presentes na Oficina sobre Desenvolvimento Económico, Emprego e Qualificação Profissional que decorreu no dia 3 de abril, na Casa da Baía, em Setúbal, no âmbito da fase de diagnóstico do PEDEPES.
A Península de Setúbal e o Alentejo Litoral são dois territórios vizinhos, que possuem perfis produtivos complementares, enquanto o primeiro evidencia uma especialização mais direcionada para o sector do comércio e serviços, o segundo tem mais enfoque na agricultura e na pesca.
Mas é a indústria que nos dois territórios revela maior capacidade de expansão, tanto na criação de emprego como no aumento do volume de negócios, em conjunto, estas regiões geram uma dinâmica económica sólida e promotora de riqueza.
A região de Setúbal, em particular, mostra grande dinamismo empresarial com o registo do aumento de novas empresas, com um crescimento de 20,2% no ano de 2022, especialmente micro e pequenas empresas.
Contudo, a taxa de sobrevivência das empresas fundadas há dois anos, é inferior à média nacional, revelando, por um lado, dinamismo empresarial, mas por outro uma grande vulnerabilidade do tecido empresarial, para isto contribuem diversos fatores que foram tema da oficina e que importa aprofundar no âmbito do Plano Estratégico da Região de Setúbal.
A atribuição de fundos comunitários foi outro fator gerador de desigualdade apontado pelos agentes socioeconómicos, nos últimos anos à área Setubalense é penalizada em diversos sectores face a outras regiões, em virtude de integrar a NUT II da Área metropolitana de Lisboa.
Em 2022, por decisão da comissão europeia, a Península de Setúbal foi desagregada da anterior unidade territorial, tornando-se ela própria uma NUT II, o que poderá significar receber fundos comunitários próprios favoráveis ao desenvolvimento do território.
Embora o comércio, os serviços e a indústria dominem o mercado de trabalho na Região de Setúbal, são a agricultura e a pesca que se destacam pela sua especialização produtiva, especialmente devido à influência do Alentejo Litoral.
Mas também nestes sectores os agentes económicos debatem-se com problemas sérios que se vão a intensificar, tais como a falta de mão de obra qualificada, a falta de apoios comunitários quando comparado com outras regiões, a falta de uma gestão rigorosa da água, ou a fraca soberania alimentar, que ignora os alimentos locais e prefere os importados, aumentando assim a dependência do exterior e sujeitando-se às oscilações dos mercados e a fenómenos como guerras e/ou pandemias…
Deste modo, urge dar resposta a estas questões de uma forma integrada e agregadora e que, sobretudo, responda às necessidades da Região e da população em particular, pois e somente dessa forma que se consegue alcançar um desenvolvimento económico sustentável e voltado para o futuro.
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