Setúbal continua sem passar de ano: é tempo de mudar de ciclo
Um artigo de opinião de Henrique Cardoso e Pedro Contreiras, Juventude Popular de Setúbal

Falar de Educação é sempre um exercício vasto e exigente. Muitos são os ângulos possíveis e muitos os problemas que Portugal enfrenta nesta área. Mas quando olhamos para Setúbal, a realidade impõe-se de forma particularmente preocupante e obriga-nos a falar com clareza.
A verdade é que o concelho de Setúbal continua a apresentar resultados e condições abaixo da média nacional. A Educação, que deveria ser um pilar de igualdade e progresso, tornou-se um espelho das fragilidades acumuladas ao longo de décadas de governação comunista.
Se tivéssemos de resumir o estado atual da Educação no concelho em duas palavras, seriam: degradação e desatualização.
As causas estão à vista. Muitas escolas encontram-se em condições precárias, com espaços de aprendizagem degradados, zonas de recreio descuidadas e equipamentos desportivos a necessitar de intervenção urgente.
A isto somam-se as condições insustentáveis em que trabalham muitos dos recursos humanos afetos ao setor educativo, nomeadamente as auxiliares, cuja gestão é competência municipal.
Mas os problemas não se esgotam nas infraestruturas. Setúbal tem falhado também na capacidade de acompanhar as novas exigências e tendências do ensino, ficando para trás num tempo em que a inovação educativa é determinante para o futuro das próximas gerações.
Contudo, e como é habitual na Juventude Popular, não nos limitamos à crítica. Sabemos que é tempo de virar a página e construir um novo ciclo, assente em competência, diálogo e visão de futuro.
Uma das nossas prioridades é a construção urgente de uma escola secundária em Azeitão. É incompreensível que uma localidade com mais de 20 mil habitantes continue sem uma infraestrutura que permita completar o percurso escolar dos seus jovens.
Durante anos, esta necessidade foi ignorada. Só recentemente, e já em contexto pré-eleitoral, o tema voltou à agenda. É preciso transformar as intenções em realidade.
A reabilitação das escolas existentes é outro ponto essencial. Não basta reparar paredes ou substituir equipamentos: é necessário garantir condições de trabalho dignas para todos os profissionais e ambientes de aprendizagem modernos e seguros.
Mas preparar o futuro exige mais do que resolver carências do passado. Exige uma nova ambição educativa. Defendemos, por isso, a integração de duas áreas fundamentais no ensino público:
Literacia financeira, para que cada jovem compreenda noções básicas sobre dinheiro, poupança e investimento, e possa enfrentar o mundo adulto com autonomia e responsabilidade.
Segundo a OCDE, Portugal ainda está abaixo da média europeia nesta vertente, o que demonstra a urgência de agir.
Suporte básico de vida, porque formar cidadãos capazes de intervir em situações de emergência é também uma questão de civismo e de segurança coletiva.
Setúbal precisa de uma verdadeira reforma educativa, que una a experiência de quem conhece o terreno à vontade de quem quer fazer diferente. O tempo da estagnação tem de acabar.
A Juventude Popular está comprometida com esta mudança. Continuaremos a apresentar propostas concretas e a trabalhar por uma Educação mais moderna, justa e exigente.
Porque acreditamos que o futuro de Setúbal se constrói com escolas que preparem os jovens para o século XXI e com uma autarquia capaz de liderar esse caminho com coragem e responsabilidade.
Henrique Cardoso e Pedro Contreiras, Juventude Popular de Setúbal
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